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A felicidade de Arturo Vidal está na cara, e não é para menos. Depois de ele operar o menisco do joelho direito no último dia 7 de maio, havia muitas dúvidas sobre a presença do meia chileno na Copa do Mundo da FIFA. No entanto, a recuperação do jogador da Juventus foi espantosa, segundo as palavras do próprio técnico Jorge Sampaoli, que o escalou como titular na estreia vitoriosa contra a Austrália.
A poucas horas da partida contra a Espanha, duelo que poderá representar tanto a classificação antecipada do Chile para a próxima fase como a eliminação precoce da Fúria, o polivalente jogador de 27 anos se sentou para bater um papo com a FIFA.
Arturo, do que é que você mais gosta na posição que ocupa em campo?Gosto mesmo é de roubar a bola, e de quando a torcida vibra. Sentir a alegria do torcedor quando vou para uma dividida e fico com a bola é maravilhoso, mas também é muito bom quando faço uma jogada bonita ou um gol. Gosto muito da paixão da torcida.
Você sempre se caracterizou por essa dupla função de marcar e atacar. Gosta dessa dualidade?Sim! No início da carreira todo mundo sonha em fazer muitos gols, mas às vezes é preciso mudar de posição. Graças a Deus tenho força e energia, e como fisicamente estou muito bem, tenho as duas opções: a de defender e a de fazer gols.
A respeito do seu físico, como está o joelho operado?Agora está muito bem. Estou feliz porque me recuperei muito rápido, pensei que seria muito mais difícil. Felizmente pude sair jogando a primeira partida, e esses 60 minutos que joguei me vão ajudar muito nas próximas duas partidas, que são muito difíceis  (contra Espanha e Holanda). Espero demonstrar todo o meu futebol e ajudar ao máximo a minha equipe.
Já se falou muito que o Chile nunca muda de estilo de jogo. Poderia descrever esse estilo para quem não costuma ver o Chile jogar?Alguns dizem que é um estilo suicida: Entramos fazendo uma marcação bem avançada, tentamos não deixar jogar, roubar a bola o mais longe possível... Quando temos a bola, começamos a tocar, fazemos o adversário correr, para ver se ele pode ter a mesma intensidade que nós demonstramos quando estamos na defesa.
Que diferenças existem entre esta seleção e a que você defendeu na África do Sul 2010?Várias, principalmente a qualidade dos jovens que temos agora, com muita velocidade, com muita sede de vitória. Além disso, aquele era o primeiro Mundial para todos, estávamos realizando um sonho. Hoje, temos uma experiência prévia que ajuda muito.
O quanto mudou a seleção desde que Jorge Sampaoli a assumiu?Bastante, porque o grupo acreditou na ideia dele. Ele se apoiou em jogadores que conhecia e começamos a crescer, a nos convencer de que éramos uma equipe forte, e conseguimos demonstrar isso nas eliminatórias. Acho que recuperamos a mentalidade que havíamos perdido.
Você jogou várias partidas importantes na sua carreira, tanto na seleção como pelos clubes em que atuou. Como situa essa partida contra a Espanha?É uma partida de alta qualidade, como a que se pode jogar contra o Real Madrid, ou como aquela que jogamos (com a Juventus) contra o Bayern na Alemanha pela Liga dos Campeões... São circunstâncias parecidas, pressões parecidas, partidas importantes na vida de uma pessoa.
Para concluir, o que significa jogar no Maracanã contra o país campeão do mundo?Todas as circunstâncias fazem dela uma partida dos sonhos: o ambiente em um estádio assim, jogar contra a Espanha, saber que uma vitória significa a classificação em um dos grupos mais difíceis da Copa do Mundo... Tudo dá muita alegria e esperança, pois se ganharmos vamos dar o que falar.