
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a quantidade de divórcios no Brasil aumentou em 45,6% em comparação a 2010, um aumento recorde desde que o índice passou a ser registrado, em 1984.
Segundo o Instituto, eram 1,8 separações para cada mil habitantes com mais de 15 anos em 2010, agora são 2,6. Dois anos atrás foram 243 mil casamentos rompidos, já em 2011 o número passou de 350 mil.
Um dos fatores que explica esse aumento é a mudança na Constituição ocorrida em 2010, que derrubou a etapa da separação prévia à do divórcio. Com isso, o tempo médio de duração dos casamentos que chegam ao fim reduziu três anos, enquanto a idade média dos divorciados diminuiu um ano.
As taxas de divórcios foram mais elevadas entre os homens, na população de faixa etária dos 35 a 39 anos, e de 45 a 49 anos. Os homens tinham, em média, 39 anos na data da sentença do divórcio. Já entre as mulheres, as que tinham de 30 a 34 anos se separaram mais em 2011. No ato da separação legal, as mulheres tinham 42 anos, em média.
A maior parte dos divórcios ocorreu em casamentos com menor tempo de duração. Do total registrado, 20,8% das separações aconteceram em relações de 5 a 9 anos de duração. Já os divórcios nos casamentos de 10 a 14 anos de duração representaram 14,9% do total. Oito por cento dos divórcios ocorreram em casamentos de 1 a 4 anos de relação.
Foi observado um acréscimo significativo nos casamentos sem filhos, que passaram a ser maioria, levando-se em conta o tipo de família. Em 2011, 37,2% dos divórcios aconteceram em famílias com essa característica. Em 2001, essa proporção era de 26,8%. Já as separações de casais com somente filhos menores de idade corresponderam a 37,1% do total. Antes, em 2001, significavam 51,5%. Os divórcios entre casais que tinham apenas filhos maiores de idade representaram 19,7% do total. Em 2001, essa proporção era de 13,6%.
| Unidade da federação | Idade média do divórcio após casamento |
|---|---|
| Rondônia | 14 |
| Acre | 12 |
| Amazonas | 14 |
| Roraima | 15 |
| Pará | 17 |
| Amapá | 14 |
| Tocantins | 16 |
| Maranhão | 18 |
| Piauí | 18 |
| Ceará | 16 |
| Rio Grande do Norte | 16 |
| Paraíba | 15 |
| Pernambuco | 16 |
| Alagoas | 15 |
| Sergipe | 15 |
| Bahia | 16 |
| Minas Gerais | 15 |
| Espírito Santo | 14 |
| Rio de Janeiro | 15 |
| São Paulo | 14 |
| Paraná | 15 |
| Santa Catarina | 16 |
| Rio Grande do Sul | 17 |
| Mato Grosso do Sul | 13 |
| Mato Grosso | 16 |
| Goiás | 14 |
| Distrito Federal | 13 |
| BRASIL | 15 |
Tabela da Exame - Editora Abril
Após o divórcio, segue a tradição de as mulheres ficarem com os filhos. Em 2011, 87,6% dos divórcios registrados tiveram a responsabilidade pela guarda dos filhos delegada às mulheres. Antes, em 2001, as mulheres ficavam com a guarda dos filhos em 89,7% das separações. Mas a guarda compartilhada vem ganhando espaço. Em 2011, 5,4% dos divórcios com filhos menores foram concedidas com essa característica. Em 2001, essa proporção era de 2,7%.
Os homens ficaram com a guarda dos filhos em 5,3% dos divórcios registrados em 2011. Em 2001, a concessão da guarda ao pai acontecia em 5,7% dos divórcios.
Se for observado o número de divórcios mediante o regime de bens firmado na união, 84,1% do total ocorreram em casamentos com comunhão parcial de bens. Em 11,6% das separações, havia comunhão universal de bens. Já 3,9% dos divórcios tinham como premissa a separação total de bens.
Com informações do IBGE e Agências de notícias
Genizah