Duque de Caxias: CPI dos lixões se preocupa com licenças operacionais em Gramacho
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Duque de Caxias: CPI dos lixões se preocupa com licenças operacionais em Gramacho



DUQUE DE CAXIAS - Mesmo com o fechamento do lixão de Jardim Gramacho, o maior da América Latina, em junho de 2012, a coleta e o tratamento de resíduos no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, precisam melhorar. Foi o que constatou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) destinada a investigar e apurar as causas e consequências do uso e permanência dos lixões no estado durante uma vistoria realizada ontem (25/08), em pontos de recolhimento de resíduos em Gramacho. Além disso, a CPI também questionou a licença operacional concedida pela prefeitura para o funcionamento do local. De acordo com os deputados, ela deveria ter sido dada por órgãos estaduais.

A estação de transbordo de Gramacho, gerenciada pela empresa Carfilub, recebe cerca de 1.200 toneladas de lixo por mês somente de Caxias e transporta o material recolhido para a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu. Ainda não há operação de coleta seletiva no local. Para esse fim, a empresa afirmou que está prevista a parceria com 60 catadores de cooperativas de coleta até dezembro. Os integrantes da CPI também estranharam o fato de a licença operacional ter sido concedida pela Prefeitura de Caxias e não pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Presidente do grupo, o deputado Dr. Sadinoel (PT) disse que vai buscar saber, junto aos órgãos responsáveis pela licença operacional, como foi o processo de liberação para que a estação funcionasse tão perto de um bairro residencial.

Coleta Seletiva

Na segunda parte da visita a Gramacho, o grupo foi à Área de Triagem e Transbordo (ATT), onde a Associação Carioca de Catadores e Ex-Catadores de Jardim Gramacho (Acex) realiza a coleta seletiva de material seco – resíduo da construção civil. O local é propriedade da União, com cessão de espaço através da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA). A presidente da Acex, conhecida como Docinho, informou que atualmente são 20 catadores trabalhando no local. A associação possui parceria com a SEA, que ajuda a custear as carretas que transportam os resíduos não aproveitáveis. Segundo Docinho, há um projeto para que a ATT tenha 100 catadores, mas, para isso, é preciso que a Prefeitura de Caxias firme parceria com a associação.
"Hoje, nosso rejeito vai para a CTR de Nova Iguaçu porque a prefeitura daqui não liberou o uso da estação de transbordo que fica ao lado. Precisamos da parceria com todas as prefeituras, pelo menos as da Baixada Fluminense, para absorver o nosso material agregado reciclado", afirmou Docinho. Para a vice-presidente da CPI, deputada Lucinha (PSDB), a preocupação é com o passivo ambiental que a área está sofrendo, já que a estação não tem a estrutura necessária para fazer uma triagem correta dos resíduos – todo o serviço é feito, basicamente, ao ar livre. "Quem perde com isso é a população. Nós vamos solicitar ao Ministério Público para fazer uma vistoria e verificar possíveis irregularidades", argumentou.

Ex-prefeito de Caxias, o deputado Zito (PP) também participou da vistoria e disse que "não houve uma solução definitiva para o problema do lixo em Jardim Gramacho". "O que houve foi apenas uma transferência de local: o transbordo foi criado, mas ainda há muitos problemas resultantes do impacto ambiental", comentou. Integrante da CPI, o deputado Dr. Julianelli (Psol) alegou que "o trabalho dos catadores diminui o aterramento, mas é preciso que tudo seja feito da maneira correta, sem acúmulo de resíduos". Relator da CPI, o deputado Thiago Pampolha (PTC) também participou da visita técnica.

Via: ZM Noticias




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