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A Holanda chegou como a atual vice-campeã da Copa do Mundo da FIFA. Na campanha para retornar ao torneio nas eliminatórias, arrasou os adversários, com nove vitórias e um empate. Foram marcados 34 gols e apenas cinco sofridos. Em termos de retrospecto, então, como não incluir essa equipe na lista dos candidatos ao título?
Bem, concluído o Grupo B do Brasil 2014, a pergunta já parece mais do que datada. Se nas discussões sobre eventuais favoritos, os jogadores de Louis van Gaal passavam batidos, não importando o desempenho em campo, e se até mesmo em casa não tinham o maior respaldo, a situação vem mudando rapidamente nesses últimos dias.
Arjen Robben vem fazendo estragos. Robin van Persie está com a pontaria em dia. São alguns dos rostos mais conhecidos da equipe, em grande forma, liderando uma campanha perfeita de três vitórias em três rodadas. Mas há muito mais por trás dos velhos astros para justificar o sucesso holandês. Há uma nova geração pedindo passagem. Conseguindo um resultado positivo atrás do outro, só esperando o reconhecimento.
“Muitas pessoas estão acostumadas a olhar apenas o nome dos jogadores e não para a equipe como um todo. Muitos países têm jogadores mais famosos que os nossos, talvez melhores, mas esse é um esporte coletivo, e muitos se esquecem disso. Estamos jogando bem, e juntos”, afirma ao FIFA.com o meio-campista Georgino Wijnaldum, 23, promovido por Van Gaal ao time titular na vitória sobre o Chile por 2 a 0, em São Paulo.
A nova geração ainda não tem a grife de antecessores. No elenco chamado para a Copa, aliás, são dez os convocados que ainda jogam em fronteiras holandesas. Entre eles está  Memphis Depay –  que tem dois gols em seus dois primeiros jogos na competição.
O volante Leroy Fer, 24, já saiu. Joga no Norwich City, da Inglaterra, mas obviamente não está listado como uma das principais armas de Van Gaal. Saindo do banco para render Dirk Kuyt nesta segunda, ele certamente será mais vigiado no próximo cruzamento holandês em que estiver na área.
“Foi um belo gol, depois de um ótimo passe do (Daryl) Janmaat. A cabeçada saiu direitinho. Pude mostrar que sou perigoso nesse jogo aéreo”, afirmou à FIFA. “Um ponto era o bastante para nós, então poderíamos apenas nos defender. Mas saiu o gol e depois o outro. É uma sensação muito boa.”
E no elenco holandês a sensação agora é de pura confiança. “Após as vitórias que tivemos, não tem como não ganhar moral. Isso só faz você se sentir melhor do que antes”, diz Wijnaldum. Além dos resultados, o meio-campista ressalta o apoio dos mais experientes nesse processo.
“Nós todos estamos tentando mostrar nosso talento, mas ainda precisamos de ajuda deles. Eles fazem com que nos sintamos mais confortáveis em campo, Eles já estiveram nessa situação em 2010, sabem o que se espera e o que se tem de fazer para vencer. É isso o que tentamos entender, e as coisas estão indo bem.”
Bem? Para um time questionado por uma postura supostamente não muito ofensiva, foram dez gols em três partidas e um saldo positivo de sete, além da vaga nas oitavas de final. Se isso causa surpresa em alguém, não espere que seja no plantel holandês, independentemente do currículo para quem se pergunta.
“Não posso dizer isso”, diz Fer. “Chegamos confiantes. Sabíamos que poderíamos nos classificar, e bem, e aqui estamos. Agora estamos prontos para os mata-matas. É um outro torneio, mas não importa. Só pensamos em vencer tudo”, completa. Seguindo nesse ritmo, fica difícil de contrariá-los. A Holanda de Robben e Van Persie e, também, a de seus jovens talentos vai em frente. A reputação vem naturalmente.