O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (28) que seu país deve se preparar para um conflito prolongado na Faixa de Gaza, acabando com expectativas de um fim imediato para a guerra que já tirou mais de mil vidas.
Em um discurso televisionado, Netanyahu disse: "precisamos estar preparados para uma campanha prolongada. Vamos continuar a agir com força e cuidado até que nossa missão esteja cumprida".
O premiê também falou que qualquer solução para a crise requer a desmilitarização do território palestino controlado pelo grupo islâmico Hamas e seus aliados. "Não acabaremos com a operação sem neutralizar os túneis, que têm o único objetivo de destruir nossos cidadãos, matar nossas crianças", disse o premiê. Mais cedo, o exército de Israel disse que militantes palestinos cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza, e a mídia local falou em troca de tiros.
A desmilitarização também foi citada pelo secretário de Estado americano, John Kerry, nesta segunda. Segundo ele, os esforços internacionais por um cessar-fogo entre Israel e os palestinos em Gaza devem conduzir ao desarmamento do grupo Hamas. Kerry afirmou a jornalistas que continua trabalhando "para o estabelecimento de um cessar-fogo humanitário incondicional", mas acrescentou que também acredita "que todo processo para resolver a crise em Gaza de maneira duradoura e relevante deve levar ao desarmamento do Hamas e de todos os grupos terroristas."
Ataques
Ainda nesta segunda, a queda de um míssil em um campo de refugiados de Gaza matou ao menos dez pessoas, entre elas oito crianças, e deixou 40 feridos de acordo com a agência de notícias Reuters.
O ataque ocorreu no campo de Al-Shati. A informação foi confirmada por médicos que atendem na região. Os moradores atribuíram a explosão a um ataque aéreo israelense, mas Israel negou responsabilidade e afirmou que se tratou de uma falha num foguete lançado pelos militantes do grupo Hamas.
"Nós saíamos da mesquita quando vimos as crianças brincando com seus brinquedos. Segundos depois, o foguete caiu", disse Munther Al-Derbi, morador do campo.
Outro míssil caiu no hospital Shifa, em Gaza, o maior do enclave palestino atingido até o momento. Segundo a agência France Presse e fontes médicas, não houve vítimas.
Ainda de acordo com a France Presse, o exército de Israel atribuiu os bombardeios a "terroristas da Faixa de Gaza". "O hospital Shifa e o campo de refugiados de Shati foram atingidos por ataques fracassados de terroristas de Gaza", informaram as Forças Armadas israelenses em um comunicado.
Mais tarde, um ataque com morteiros matou ao menos quatro pessoas no Sul de Israel, conforme informações da agência de notícias Reuters, que cita autoridades médicas do país.
A explosão de segunda-feira ocorreu durante uma relativa trégua nos combates, com os dois lados baixando a temperatura durante o feriado religioso muçulmano do Eid al-Fitr.
Festa deu lugar ao luto
Um dos dias mais alegres do calendário muçulmano, o feriado de Eid al-Fitr, foi marcado nesta segunda por lágrimas e luto na Faixa de Gaza, após três semanas de um impiedoso confronto entre Israel e militantes do Hamas.
O feriado marca o fim do mês sagrado do Ramadã e normalmente é uma época de banquetes e diversão, presentes e festas, mesmo neste empobrecido e isolado enclave palestino. Mas estes não são tempos normais em Gaza.
Em um Eid normal, as ruas de Gaza estariam cheias de crianças em suas roupas novas e recebendo doces de adultos. Fogos de artifício comemorativos estourariam no ar. Mas nesta segunda as vias estavam relativamente vazias e os nervos, acirrados.
No maior hospital de Gaza, um grupo de jovens distribuiu doces para crianças feridas. “Como uma mãe se sente ao abrir seus olhos neste dia de Eid e não ver seu filho perto dela?”, disse Abir Shammaly, que perdeu um filho durante bombardeiro de Israel no distrito de Shejaia na semana passada.
Em vez de celebrar com os vivos, Shammaly sentou-se perto da recém-cavada cova, acompanhando muitos outros moradores de Gaza que mostravam seu respeito às mais de mil pessoas mortas no confronto, muitas delas civis. Sua filha a acompanhava e, silenciosamente, colocou flores rosas e brancas no monte de terra.
“O mundo está nos vendo, mas não nos sente. Por que eles desperdiçam as vidas de palestinos? Por que fazem isso conosco?”, disse Shammaly, que também perdeu sua casa no bombardeio de Shejaia, área que, segundo Israel, é o bastião do Hamas.
Trégua
Após três semanas de combates, muitas armas foram colocadas de lado nesta segunda-feira, com o Hamas anunciando uma trégua de 24 horas para coincidir com o Eid. Israel disse que atiraria apenas se sofresse ataques.
O Estado judaico lançou sua ofensiva contra Gaza em 8 de julho com o objetivo de deter os disparos de foguetes feitos por militantes palestinos e de destruir uma rede secreta de túneis construída pelo Hamas nas áreas de fronteira.
O Hamas exige o fim de um longo bloqueio egípcio-israelense a Gaza, que trouxe dificuldades econômicas para o território de 1,8 milhão de habitantes, para interromper o lançamento de foguetes contra Israel. Ao todo, 43 soldados israelenses foram mortos na luta e três civis também perderam a vida por conta dos foguetes palestinos.
Em um discurso televisionado, Netanyahu disse: "precisamos estar preparados para uma campanha prolongada. Vamos continuar a agir com força e cuidado até que nossa missão esteja cumprida".
O premiê também falou que qualquer solução para a crise requer a desmilitarização do território palestino controlado pelo grupo islâmico Hamas e seus aliados. "Não acabaremos com a operação sem neutralizar os túneis, que têm o único objetivo de destruir nossos cidadãos, matar nossas crianças", disse o premiê. Mais cedo, o exército de Israel disse que militantes palestinos cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza, e a mídia local falou em troca de tiros.
A desmilitarização também foi citada pelo secretário de Estado americano, John Kerry, nesta segunda. Segundo ele, os esforços internacionais por um cessar-fogo entre Israel e os palestinos em Gaza devem conduzir ao desarmamento do grupo Hamas. Kerry afirmou a jornalistas que continua trabalhando "para o estabelecimento de um cessar-fogo humanitário incondicional", mas acrescentou que também acredita "que todo processo para resolver a crise em Gaza de maneira duradoura e relevante deve levar ao desarmamento do Hamas e de todos os grupos terroristas."
Ataques
Ainda nesta segunda, a queda de um míssil em um campo de refugiados de Gaza matou ao menos dez pessoas, entre elas oito crianças, e deixou 40 feridos de acordo com a agência de notícias Reuters.
O ataque ocorreu no campo de Al-Shati. A informação foi confirmada por médicos que atendem na região. Os moradores atribuíram a explosão a um ataque aéreo israelense, mas Israel negou responsabilidade e afirmou que se tratou de uma falha num foguete lançado pelos militantes do grupo Hamas.
"Nós saíamos da mesquita quando vimos as crianças brincando com seus brinquedos. Segundos depois, o foguete caiu", disse Munther Al-Derbi, morador do campo.
Outro míssil caiu no hospital Shifa, em Gaza, o maior do enclave palestino atingido até o momento. Segundo a agência France Presse e fontes médicas, não houve vítimas.
Ainda de acordo com a France Presse, o exército de Israel atribuiu os bombardeios a "terroristas da Faixa de Gaza". "O hospital Shifa e o campo de refugiados de Shati foram atingidos por ataques fracassados de terroristas de Gaza", informaram as Forças Armadas israelenses em um comunicado.
Mais tarde, um ataque com morteiros matou ao menos quatro pessoas no Sul de Israel, conforme informações da agência de notícias Reuters, que cita autoridades médicas do país.
Mulher palestina e menina levam flores em um túmulo
da família no feriado do fim do Ramadã (Eid al-Fitr)
em Gaza. (Foto: Reuters/Finbarr O'Reilly)
Israel e os militantes palestinos em Gaza estão há três semanas envolvidos em confrontos nos quais 1.049 pessoas morreram em Gaza, na maioria civis, atingidos por bombardeios israelenses. Morreram também 43 soldados e três civis israelenses atingidos por foguetes e projéteis de morteiro disparados pelo Hamas.da família no feriado do fim do Ramadã (Eid al-Fitr)
em Gaza. (Foto: Reuters/Finbarr O'Reilly)
A explosão de segunda-feira ocorreu durante uma relativa trégua nos combates, com os dois lados baixando a temperatura durante o feriado religioso muçulmano do Eid al-Fitr.
Festa deu lugar ao luto
Um dos dias mais alegres do calendário muçulmano, o feriado de Eid al-Fitr, foi marcado nesta segunda por lágrimas e luto na Faixa de Gaza, após três semanas de um impiedoso confronto entre Israel e militantes do Hamas.
O feriado marca o fim do mês sagrado do Ramadã e normalmente é uma época de banquetes e diversão, presentes e festas, mesmo neste empobrecido e isolado enclave palestino. Mas estes não são tempos normais em Gaza.
Em um Eid normal, as ruas de Gaza estariam cheias de crianças em suas roupas novas e recebendo doces de adultos. Fogos de artifício comemorativos estourariam no ar. Mas nesta segunda as vias estavam relativamente vazias e os nervos, acirrados.
No maior hospital de Gaza, um grupo de jovens distribuiu doces para crianças feridas. “Como uma mãe se sente ao abrir seus olhos neste dia de Eid e não ver seu filho perto dela?”, disse Abir Shammaly, que perdeu um filho durante bombardeiro de Israel no distrito de Shejaia na semana passada.
Em vez de celebrar com os vivos, Shammaly sentou-se perto da recém-cavada cova, acompanhando muitos outros moradores de Gaza que mostravam seu respeito às mais de mil pessoas mortas no confronto, muitas delas civis. Sua filha a acompanhava e, silenciosamente, colocou flores rosas e brancas no monte de terra.
“O mundo está nos vendo, mas não nos sente. Por que eles desperdiçam as vidas de palestinos? Por que fazem isso conosco?”, disse Shammaly, que também perdeu sua casa no bombardeio de Shejaia, área que, segundo Israel, é o bastião do Hamas.
Trégua
Após três semanas de combates, muitas armas foram colocadas de lado nesta segunda-feira, com o Hamas anunciando uma trégua de 24 horas para coincidir com o Eid. Israel disse que atiraria apenas se sofresse ataques.
O Estado judaico lançou sua ofensiva contra Gaza em 8 de julho com o objetivo de deter os disparos de foguetes feitos por militantes palestinos e de destruir uma rede secreta de túneis construída pelo Hamas nas áreas de fronteira.
O Hamas exige o fim de um longo bloqueio egípcio-israelense a Gaza, que trouxe dificuldades econômicas para o território de 1,8 milhão de habitantes, para interromper o lançamento de foguetes contra Israel. Ao todo, 43 soldados israelenses foram mortos na luta e três civis também perderam a vida por conta dos foguetes palestinos.
Jovem palestino anota nome de criança morta durante conflito entre forças israelenses e do Hamas. Lista foi feita no campo de refugiados Aida (Foto: Musa Al Shaer/AFP)
G1