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Geralmente, os pequenos detalhes fazem com que a diversão seja ainda maior. Quando o argentino Ezequiel Lavezzi estava recebendo instruções do treinador Alejandro Sabella na linha lateral, ele resolveu dar no seu comandante sem qualquer motivo aparente uma esguichada do líquido que estava bebendo. Essa não foi a única situação refrescante do penúltimo dia da fase de grupos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. E esta quarta-feira de partidas tão emocionantes e turbulentas precisava mesmo de um gesto mais descontraído como esse.
Pelo Grupo E, a Argentina se classificou invicta para as oitavas de final, seguida da Nigéria, que avançou mesmo com a derrota na terceira rodada. Já pelo Grupo F, França e Suíça garantiram mais representantes europeus na próxima fase do torneio. Outros elementos que serviram para aplacar a tensão foram dois gols de um superastro do futebol mundial, mais dois de uma revelação e nada menos do que três de um talentoso meia-atacante.
Por sua vez, a estreante Bósnia e Herzegovina se despediu do Brasil 2014 também de cabeça fria. Os bósnios comemoraram contra o Irã a sua primeira vitória na história dos Mundiais e se mostraram orgulhosos dos três pontos conquistados. "Uma Copa do Mundo é algo inesquecível", afirmou o capitão Emir Spahic depois do apito final em entrevista aoFIFA.com.
Os resultadosNigéria 2 x 3 Argentina (Craque do Jogo Budweiser: Lionel Messi, ARG)
Bósnia Herzegovina 3 x 1 Irã (Craque do Jogo Budweiser: Edin Dzeko, BIH)
Honduras 0 x 3 Suíça (Craque do Jogo Budweiser: Xherdan Shaqiri, SUI)
Equador 0 x 0 França (Craque do Jogo Budweiser: Alexander Dominguez, ECU)

O que marcou o dia
Dois gols de presente de aniversário atrasado
Ele já é um dos grandes nomes da história do futebol mundial. Mas a busca de Lionel Messi por novas marcas não para. O craque quatro vezes eleito o Jogador do Ano da FIFA marcou contra os nigerianos não apenas o primeiro gol de falta da Argentina em um Mundial desde Daniel Passarela na Espanha 1982, mas também se tornou o primeiro jogador do seu país, depois de Gabriel Batistuta e Oreste Corbatta, a balançar as redes adversárias em três jogos consecutivos de Copa do Mundo. E há outro aspecto ainda mais importante para o meia-atacante que completou 27 anos na terça-feira: depois de não marcar nenhum gol na África do Sul 2010, o camisa 10 argentino já balançou as redes quatro vezes no Brasil 2014.
Dois gols de uma promessa
Ahmed Musa igualou a façanha de Messi no dia de hoje. O jovem atacante nigeriano não ficou devendo nada para o craque argentino em Porto Alegre e também marcou dois gols. Os especialistas certamente se recordam das suas atuações na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA 2011, quando ele arrasou a Colômbia com três gols. Na ocasião, quando a Nigéria foi eliminada nas quartas de final contra a França, Musa não conseguiu deixar o seu, mas isso certamente será uma motivação extra para ele ajudar a sua equipe a conseguir uma vitória nas oitavas de final justamente contra os gauleses.
Três gols na hora certa
Que ele é um jogador explosivo e dinâmico todos já sabiam. Mas não poderia haver um momento melhor para Sherdan Shaqiri comprovar do que contra Honduras. O meia-atacante suíço havia reclamado recentemente das duras críticas que vinha recebendo. E ele respondeu a elas com três gols na vitória por 3 a 0 do selecionado helvético em Manaus. Com isso, o jogador se tornou o primeiro suíço desde Adrian Knup há 20 anos a marcar mais de um gol pela Suíça em uma partida de Copa do Mundo. Além disso, ele foi o 50º jogador a balançar as redes três vezes ou mais em um mesmo jogo de um Mundial. A explosão de Shaqiri pode ser interpretada como a típica reação de um grande jogador. E certamente a equipe de Ottmar Hitzfeld terá uma tranquilidade adicional na fase de mata-mata por saber da capacidade do craque.
Os números
1 –
 Pela primeira vez desde a Coreia do Sul/Japão 2002, os 32 participantes da Copa do Mundo sofreram pelo menos um gol na fase de grupos. A Nigéria foi a última seleção a ser vazada nesta quarta-feira. O camisa 10 argentino precisou de apenas três minutos para fazer o que Bósnia e Irã não haviam conseguido. Depois da partida, o técnico nigeriano Stephen Keshi encontrou uma explicação interessante, mas pouco provável para a enorme qualidade do argentino. "O Messi é de Júpiter", disse.