A Cápsula do Tempo - Fala sobre brincadeiras de crianças, do seu mundo fantasioso
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A Cápsula do Tempo - Fala sobre brincadeiras de crianças, do seu mundo fantasioso


por:alicemartins
A Cápsula do Tempo - Fala sobre brincadeiras de crianças, do seu mundo fantasioso, coisas que podem ficam guardadas na memória. O escritor narra que quando criança pegava alguns objetos, como algum bonequinho velho, moedas de pouco valor, botões de camisa ou recortes de jornal, os colocavam fechados dentro de algum recipiente, e enterrava no quintal. Era a sua cápsula do tempo, que algum dia no futuro seria aberta por alguém que não viveu esta sua época.
Quando isso se desse, aquelas coisinhas sem valor valeriam uma fortuna em um futuro distante, quando fosse desenterrado. E como a criança curiosa que era, ele mesmo as desenterrava depois de algumas semanas para ver como as coisas estavam. Foi então que aprendeu que usar materiais como plástico ou vidro para guardar os objetos, era melhor. Sua família mudava-se muito, por isso algumas cápsulas continuaram debaixo do solo e longe da sua tentação de desenterrá-las. Como toda criança, ele cresceu e esqueceu as cápsulas do tempo.

Só lembrou das cápsulas do tempo depois que seu filho de oito anos, começou a enterrar seus brinquedos no quintal. Curioso acompanhou de longe a escolha do menino dos objetos para ficar para a posterioridade, e emocionou-se ao vê-lo pegar seu velho estojo de barbear, um prendedor de cabelos da mãe e um velho brinquedinho seu e colocar numa caixa de sapatos que não suportaria a primeira chuva. Algumas semanas depois ao desenterrá-la, seu filho fez a descoberta, porque também não resistiu à tentação de dar uma olhadinha nas coisas.

Um dia o garoto estava no quintal, furando buracos e encontrou alguma coisa enterrada há muito tempo em nosso terreno. Ele achou que fosse uma brincadeira, ou então poderia ser qualquer coisa sem importância, pois era comum aos antigos enterrar o próprio lixo. Mas o que saiu da terra era um bauzinho de madeira. O menino tinha os ares de quem descobriu um tesouro.
O escrtior diz que sua vida passou diante dos seus olhos ao saber que alguém – provavelmente algum garoto – tinha enterrado uma cápsula muito mais antiga que a dele. Seu filho perdeu o interesse pela caixa quando soube que lá só havia papéis velhos. Então era o destino dele abrir aquela caixa de Pandora. Descobriu ali uma espécie de diário de quem o enterrou.
As páginas estavam um pouco borradas de tinta e começava assim;
“Meu nome é Ulisses, tenho doze anos e hoje é dia 27 de agosto de 1917”. A primeira frase já encheu meu coração de alegria. Ulisses era o nome do garoto.
Continuei a ler: “Meu pai foi para a guerra e me deixou um presente. Ele disse que sempre que eu tivesse saudades dele, era para olhar para a pedra vermelha do medalhão. Nas primeiras vezes eu não vi nada. Mas depois descobri como fazer certo: eu tinha que lembrar de algum momento feliz que tive com ele, e o que eu pensava aparecia na pedra”.

O texto era extenso, continha dezesseis folhas. Ele deu boa noite à sua esposa e ao seu filho, e foi ler na sala. Estranhamente, Ulisses tinha escrito mais sobre outras memórias suas: de quando era pequeno e até de antes de nascer.
“Um dia meu pai ficou um tempo muito grande sem escrever, e fiquei bem preocupado. Peguei o medalhão e tentei encontrá-lo. Pensei por um bom tempo em onde ele poderia estar, e por que tinha parado de mandar notícias. O que vi surgir na pedra vermelha me deu um aperto no coração: ele entrava em uma casa em chamas para salvar uma menina. Lá dentro, o fogo era muito forte, e ele acabava nunca mais saindo de lá. Soube depois de algumas semanas que ele tinha morrido exatamente daquele jeito”.

Era como ter um canal que mostrasse o que acontecia em qualquer hora, em qualquer lugar, mesmo que mais ninguém tivesse visto. Era uma verdadeira bola de cristal.
“Quando vi que podia usar a pedra para saber o que acontecia em outros lugares, procurei imaginar o que seria de mim agora que estava sozinho. Me vi vestido de soldado, como meu pai. Eu atirava com uma arma estranha, quando de repente um tiro me atingia. Eu caía no chão, procurando de onde vinham os tiros, mas ia sendo atingido mais e mais vezes, até fechar os olhos e não abrir mais. Depois disso guardei o amuleto e decidi nunca mais usá-lo, porque o que vi me assustou bastante”.

Era uma ferramenta muito poderosa, que podia ver o futuro.
Ele jogou a caixa com força no fogo e ela se quebrou, algo reluziu, provavelmente saíra de um fundo falso. Ele puxou a joia para fora com auxílio de um graveto. Era uma pedra rubi encrustada em ouro. Depois fez uma experiência com ela na mão, vendo nela como numa tela, uma cena muito inquietante.

Então como Ulisses enterrou a jóia, junto com seu relato de como a conheceu. Não querendo saber mais nada sobre seu futuro. Se algum dia alguém desenterrar esta cápsula, vai saber em que época ela foi usada e poderá fazer um uso melhor do que hoje.

"Não sei se Ulisses realmente teve o fim que previu no amuleto, mas eu não quis saber como seria a minha morte.
Espero sinceramente que quando essa cápsula for aberta, o mundo esteja em ordem, em paz e habitado por seres que o mereçam".
A Cápsula do Tempo Originalmente publicado no Shvoong: http://pt.shvoong.com/books/science-fiction/2327108-c%C3%A1psula-tempo/




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