O Brasil foi à rua por reformas. O Brasil foi à rua contra a corrupção institucionalizada. O Brasil foi à rua contra a cara de pau dos políticos que aí estão. O Brasil foi à rua para ser ouvido. O Brasil foi à rua contra a corja corrupta que rouba nossos impostos.
Mas, essa mesma corja na verdade apenas finge que escuta os gritos do Brasil e deseja atender aos seus anseios. A fantasia criada pela máfia que aí está é atirada sobre as massas para abafar o barulho dos sacos de dinheiro desviados dos cofres públicos, os gritos dos moribundos nas filas e corredores do nosso sistema de saúde genocida e a ignorância analfabeta que brota em nossas escolas.
Ajudados pela mídia cega e sempre dependente dos enormes aportes financeiros das campanhas publicitárias governamentais e das estatais, eles jogam o foco da “Grande Mídia” numa fantasia criada para iludir completamente a nação e centram todas as notícias no falso debate da Reforma Política.
Refiro-me a um “falso debate” porque não há vontade alguma dos envolvidos (só do eleitorado consciente) em fazer uma reforma realente ampla e capaz de melhorar as práticas políticas de nossos partidos e candidatos.
Enquanto todo mundo olha para a luz cegante dos holofotes da proposta governamental de reforma política e de plebiscito, os porões obscuros do Congresso Nacional e sua enorme legião de corruptos famintos trabalham nas sombras para promover a verdadeira reforma que lhes interessa.
Neste exato momento a corja mensaleira (leia-se José Genoíno e Cia Ltda) que está abrigada e protegida na CCJ – Comissão de Constituição e Justiça – prepara a aprovação de um projeto de lei (Projeto 5.735/13) capaz de tornar a vida dos corruptos muito fácil e garantir que, a cada eleição, uma enorme lavanderia de dinheiro seja aberta e funcione 24 hs a disposição da canalhada.
Patrocinado pelo deputado Cândido Vacarezza (PT/SP) – sempre ele – o projeto libera a distribuição de CD’s e DVD’s como brindes; permite que os candidatos inaugurem obras a vontade (a farra do uso da máquina); garante imunidade aos candidatos em relação à prestação de contas sobre doações feitas por partidos políticos e comitês eleitorais (sabidamente as de maiores somas numa campanha e quase sempre repletas de irregularidades); dispensa totalmente da comprovação de origem e da prestação de contas os gastos com deslocamento, linhas telefônicas, hospedagens e toda a infraestrutura de comitês de campanha dos candidatos e, por fim, diminui de 20 para 5% a despesa dos partidos com educação política e com a realização de debates (o que é usado hoje para fomentar a cidadania e ensinar as pessoas interessadas como o “jogo” funciona).
Se conseguir o aval da CCJ (alguém aí duvida?) o projeto vai direto para votação simbólica de líderes e será aprovado “a toque de caixa” nas barbas da nação que discute, iludida, uma reforma eleitoral que jamais chegará e um plebiscito que deixa de fora questões fundamentais como a não obrigatoriedade do voto e a emissão de comprovantes pelas urnas eleitorais, por exemplo.
A verdade dói, mas é uma só: A verdadeira reforma política deverá ser feita por nós, nas próximas eleições, mandando para casa toda essa canalhada que está aí. Elegendo gente nova, que realmente ouça a voz do Brasil e deixe de criar fantasias para enganar um povo que sofre e anseia apenas por uma vida mais digna e mais ética, conseguiremos um debate mais sério e conquistaremos mais uma vitória, rumo a uma vida política melhor e menos corrupta.
Pense nisso.