Tudo Mais
Aflição
Nas últimas instruções do Senhor Jesus aos seus discípulos (capítulos 15 e 16 do Evangelho de João), Ele os alerta dizendo: Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, aborreceu a mim. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós. Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. E no versículo 33 do capítulo 16 do livro de João o Senhor Jesus declara: Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
Hoje, o mundo atravessa uma crise sem precedentes, são catástrofes e sinistros de todas as espécies, o flagelo é universal, a fome e a pestilência assolam a humanidade, a corrupção e a violência ultrapassaram todos os limites, o estresse e a angústia passaram a fazer parte do cotidiano do homem.
Mas não vos assusteis, é o cumprimento da palavra do Senhor Jesus para os últimos tempos (Capítulo 24 do Evangelho de Mateus), é indispensável que todos saibam e creiam que passarão os céus e as terras, mas as palavras de Cristo não hão de passar, sem que tudo se cumpra.
Entretanto, o Senhor Jesus nos fortalece e oferece a certeza da sua paz, porque pelo sacrifício da cruz Ele venceu o mundo, ainda que para isso houvesse derramamento de sangue. Pagou o mais alto preço com o seu próprio sangue pela remissão do homem que estava morto no pecado, pela dívida contraída com Deus no Paraíso do Éden.
E palavra do Senhor no capítulo 4 da primeira carta do Apóstolo Pedro versículo 12 a seguir, nos conforta e sustém a nossa fé dizendo: Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis com Ele.
Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.
Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.
O próprio Senhor Jesus Cristo não foi exceção ao sofrimento. Homem de dores, posto em agonia, orava intensamente e o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até o chão.
O pecado do mundo inteiro pesava sobre Ele, o sofrimento era intenso de forma que ser humano algum suportaria atrocidade de tal dimensão, um quadro de tortura que não somos capazes nem de imaginar.
Estando Cristo dependurado, havia mais de três horas na cruz, a coroa de espinhos cravada na sua cabeça, foi humilhado, escarnecido e açoitado. Tendo sede lhe deram vinagre. A sua angústia era tanta, que em dado momento sentiu-se abandonado, e clamou ao Pai dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?
Mas apesar do sofrimento, cumpriu a vontade do Pai, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, levou sobre si todas as nossas dores, e angústias, e hoje, pelas suas pisaduras somos sarados. Em nenhum momento o Senhor Jesus Cristo recuou ou pensou em desistir, mas evidenciou o seu propósito com o Pai, pois sabia do gozo que lhe era proposto. Deste modo,Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores.
Mesmo depois a ascensão do Senhor Jesus ao Trono de Glórias do Pai, a igreja primitiva continuou sendo perseguida, os discípulos e apóstolos de Cristo, foram cruelmente castigados com açoites, prisões e muitos levados a morte, por amor ao Evangelho e ao nome do Senhor Jesus.
O apóstolo Paulo também relatou, quando arrebatado ao terceiro céu, e, para que não se exaltasse pela excelência das revelações, foi lhe dado um espinho na carne, algo que lhe causava aborrecimento ou dor, pois associou esse infortúnio como um mensageiro de satanás a lhe esbofetear, tendo orado a Deus por três vezes, o Senhor lhe respondeu: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
Atualmente, a igreja de Cristo anda desprovida da sua Graça, e essa virtude é indispensável, aliás, é tudo o que precisamos, seja lá qual for à necessidade. Enquanto que os pregadores contemporâneos criaram um evangelho paralelo ao Evangelho de Cristo, chamado evangelho da prosperidade, que nada mais é que a busca desenfreada pelas prosperidades materiais, acabaram omitindo e ocultando o propósito fundamental do sacrifício do Senhor Jesus na Cruz do Calvário, o qual é a sua Graça aqui na terra e nos dias vindouros a vida eterna.
No Novo Testamento, o Evangelho que o Senhor Jesus escreveu com o seu próprio sangue, não há promessa de abundância de bens materiais e nem vida fácil para aqueles que aguardam a vinda de Cristo, e o apóstolo Paulo retratou bem essa realidade na carta aos Filipenses 4.10 a 13, vejamos:
Ora, muito me regozijei no Senhor, não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
Aqui, o aposto Paulo, divinamente inspirado pelo Espírito Santo de Deus, resume o perfil do servo que realmente confia no Senhor, porque nós também precisamos aprender a nos contentar com o que temos como também se comportar na fartura ou na necessidade, e em tudo dar graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (I Tessalonicenses 5.18).
Amados, enquanto estivermos aqui, estamos sujeitos às tribulações, e avaliem que esses sinais são apenas o princípio das dores dos últimos tempos, e há provas circunstanciais incontestáveis de tudo isso, e uma das maiores evidências que estamos muito próximo da era apocalíptica é o aquecimento global (do qual não vamos entrar no mérito agora).
Portanto, fiquem atentos a esse episódio, porque muitos cientistas já reconheceram a realidade que o planeta vive é de caráter irreversível, e as conseqüências calamitosas, como a falta de alimento visivelmente manifestada e a escassez da água potável, sem falar das catástrofes naturais que acontecem constantemente.
E observem que grande parte dos eruditos não crêem nas profecias divinas, mas sabem que algo além do alcance da sapiência humana está acontecendo e não vêem solução para isso, porque a situação é muito mais séria do que imaginamos.
No entanto, não há razão para se desesperar, mas precisamos confiar que servimos a um Deus vivo que é poderoso para nos livrar no dia da tentação, apesar que no sermão profético de Jesus (Mateus 24), Ele disse: Haverá grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias.
E a primeira carta aos Coríntios 10.13 diz: Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados (II Pedro 2.9).
Amados, a palavra do Senhor alerta para que não sejamos surpreendidos no dia do mal, mas também nos encoraja, fortalece e nutre a nossa fé (Romanos 8) dizendo: Se Deus é por nós quem será contra nós? O que poderá nos apartar do amor de Cristo? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu e, ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: Fomos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque para mim, tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Portanto, o gozo proposto para aqueles que esperam o Reino do Céu, será a eternidade na cidade Santa, a Nova Jerusalém, que Jesus preparou aos herdeiros de Deus.
É algo indescritível, como cita a palavra na primeira carta aos Coríntios 2.9: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviram, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.
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