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Comer fora tá caro? Que tal o delivery?
Retração econômica amplia alcance do delivery de comida. Restaurantes aprimoram o atendimento para chegarem até o cliente que evita comer fora de casa por várias questões, sendo os piores trânsito e a violência urbana.
Na contramão de um movimento comum no segmento de bares e restaurantes, a empresária Adriana Camargo Brancalion nem pensa em transformar o Alô Frango, delivery especializado em frango assado, em um restaurante que atenda clientes presenciais. A retração econômica, que afasta o brasileiro de gastos supérfluos como as refeições fora de casa, mostrou para Adriana que entregar em domicílio pode ser uma forma mais eficiente de faturar com alimentação.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que o delivery e as refeições em modelo to go, em que a pessoa leva para consumir em casa, devem movimentar em 2015 algo em torno de R$ 9 bilhões no Brasil, o equivalente a 6% de toda a circulação do setor e R$ 1 bilhão a mais do que o ano passado, tendência já perceptível desde o início do ano. De acordo com o presidente da associação, Paulo Solmucci, a crise tem impacto direto nos frequentadores de bares e restaurantes não apenas pelo gasto com a refeição, mas também pelos custos periféricos. "Em casa, o cliente está deixando de comprar a bebida, economiza o transporte, coisas que encarecem a noite", explica.
Entre os consumidores fiéis de Adriana no Alô Frango estão justamente os adeptos deste modelo. Tanto que, além do frango assado em pedaços com acompanhamentos, a empresária diversificou o cardápio com pratos mais elaborados como tortas e quibes à base da ave.
"Temos dois públicos bem claros. Pessoas que moram sozinhas e também o público que trabalha em escritórios. Aos fins de semana, os pedidos partem mais de famílias", explica a empresária, que fatura em média, no primeiro ano de atividade, R$ 50 mil por mês vendendo entre 40 e 60 refeições diárias.
Para quem trabalha nas duas frentes, atendimento no salão e delivery, a alta nos pedidos para viagem também já foi percebida. É o caso do restaurante O Mineiro, na região central de São Paulo, que viu a demanda pelas entregas aumentar 10% no decorrer de 2015. Dos R$ 360 mil que o restaurante fatura por mês, por volta de R$ 35 mil saem do delivery. O movimento fez com que o empresário Elton Durso de Barros, proprietário do restaurante, contratasse mais três funcionários, entre motoboys e embaladores, para atender o cliente de maneira satisfatória.
"As pessoas estão pedindo mais. Além da crise, tem muito trânsito, muita gente tem medo de sair de casa. Hoje está muito fácil pedir comida", pontua Barros. O principal público do restaurante também segue um padrão. "Durante a semana, atendo pessoas que moram sozinhas, em flats. Aos sábados e domingos, raramente sai um prato individual, sempre é para famílias", pontua.
Capricho
Esse movimento exige, além de mais funcionários para atender à demanda, uma qualificação no serviço de delivery, conforme pontua Adri Vicente Junior, diretor geral da Food Service Company. "As empresas precisam, cada vez mais, se profissionalizar para atender ao cliente da melhor forma possível. De preferência, com motoboys uniformizados, qualificado para o atendimento. A embalagem deve chegar ao destino impecável", explica. "Antes, o delivery era um serviço a mais no restaurante. Hoje, está virando o negócio principal. As pessoas esperam ter a mesma sensação alimentar do que no restaurante e o prato que chega para ela deve ser o mesmo", detalha o especialista.
Fonte Estadão
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