A Coreia do Norte recomendou nesta terça-feira (9) que estrangeiros que vivem na Coreia do Sul se preparem para deixar o país em caso de guerra, segundo a agência estatal de notícias norte-coreana. O alerta é o mais recente capítulo de uma intensa campanha de ameaças e hostilidades que o país comunista mantém desde de março.
"Caso haja guerra, não queremos que estrangeiros que vivem na Coreia do Sul fiquem feridos", informou comunicado transmitido pela agência de notícias KCNA. O documento recomenda que "todas as organizações internacionais, empresas e turistas se preparem para adotar medidas de evacuação".
"A península coreana está no caminho de uma guerra termonuclear", alertou o Comitê da Paz da Ásia-Pacífico da Coreia do Norte.
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, disse que as tensões na península podem escapar do controle. "O atual nível de tensão é muito perigoso. Um pequeno incidente causado por erro de cálculo ou erro de julgamento pode criar uma situação incontrolável", disse ele a jornalistas em Roma, onde encontrou-se com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, e com o papa Francisco.
Na última sexta-feira (5), o regime de Kim Jong-un já havia aconselhado os funcionários das embaixadas estrangeiras em Pyongyang a abandonarem o país antes do dia 10, sob o argumento de uma suposta guerra iminente.
Hoje, parte dos 54 mil operários norte-coreanos do complexo industrial de Kaesong, único projeto de cooperação em vigor entre as Coreias do Sul e do Norte, não compareceu ao trabalho em cumprimento a ordens da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte multiplicou as declarações belicosas depois que a ONU adotou novas sanções por supostos testes nucleares realizados pelo país. Também expressou irritação com as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul em território sul-coreano.
No dia 30 de março, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, depois de ter rompido todas as comunicações diretas entre os governos e os exércitos dos dois países, no dia 27.
A tensão na península é grande desde dezembro, quando o Norte executou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.
Em fevereiro, Pyongyang executou um terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.
Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.
Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. (Com agências internacionais)
Fontes:
Uol , Estadão