Documentário vai mostrar impactos sociais e ambientais da Festa do Aipim, em Tinguá
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Documentário vai mostrar impactos sociais e ambientais da Festa do Aipim, em Tinguá


Helder Ferreira filmando o lixo deixado pela Festa do Aipim, perto da Reserva de Tinguá Foto: Mazé Mixo / Extra
A confusão que tomou conta do 11º Festival Gastronômico de Tinguá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em setembro deste ano, pode ter frustrado o público que saiu de longe em busca de diversão. Mas, para o ambientalista Helder Ferreira, era um caos anunciado. No próximo mês, ele vai lançar um documentário (ainda sem título) mostrando o impacto social e ambiental da Festa do Aipim.

— A festa começou em 2003, na Praça de Tinguá. Era feita pelos moradores e a prefeitura só entrava com a estrutura. Os cantores eram locais e os pratos eram feitos com o aipim da comunidade. Foi assim até a oitava edição — conta Helder, de 44 anos.
Em 2012, a festa entrou para o calendário oficial de eventos da cidade. No ano seguinte, foi transferida para o Parque de Eventos e a prefeitura assumiu a organização.
— O que antes era para fomentar a produção agrícola da comunidade virou uma festa com shows enormes. Para piorar, eles abriram as barracas para restaurantes de fora do bairro. O pequeno produtor local não tem estrutura para competir — explica o documentarista.

Helder filmando o depoimento de Gilberto para o documentário
Helder filmando o depoimento de Gilberto para o documentário Foto: Mazé Mixo / Extra

Um dos depoimentos gravados por Helder foi o do vendedor de bolinhos de aipim Gilberto Gonçalves, de 52 anos. Ele matinha uma barraca no evento desde a primeira edição, mas desistiu de participar em 2014.
— A festa perdeu a essência. Antes, as pessoas iam para comer. Agora vão pelos shows. Sem falar que, como mudaram o evento para setembro, o aipim servido não é mais o de Tinguá. A nossa colheita é em julho, mês do antigo festival — afirma Gilberto.

Izio Masetti e a mulher são donos de um bar em Tinguá
Izio Masetti e a mulher são donos de um bar em Tinguá Foto: Mazé Mixo / Extra

Para o comerciante Izio Masseti, de 61 anos, a prefeitura perdeu o respeito pela comunidade:
— Sou dono de um bar em Tinguá e faço parte da Festa do Aipim desde o início. Participei das reuniões com a prefeitura quando decidiram mudar o local do evento. Foram tão flexíveis quanto uma barra de ferro. Antigamente, o evento gerava renda para umas 400 pessoas do bairro. Depois que mudou, só beneficia 15 famílias.
O documentário, que será transmitido no canal do Youtube TV Tinguá, também vai abordar o impacto ambiental do festival. De acordo com Helder, neste ano o evento foi transferido para um terreno onde passam dutos da Petrobras, no sopé de um morro:
— Não prepararam o solo e, por isso, teve aquela lama toda. Como o espaço fica na zona de amortecimento da reserva de Tinguá, o barulho dos shows faz mal para os animais. O óleo das frituras vai direto para o solo e os carros liberam poluentes em excesso. São inúmeros problemas.

Parque de Eventos onde foi realizado o 11º Festival Gastronômico de Tinguá, neste ano
Parque de Eventos onde foi realizado o 11º Festival Gastronômico de Tinguá, neste ano Foto: Cléber Júnior / Extra

Retorno à tradição
Para fazer o documentário, Helder entrevistou mais de 40 barraqueiros que já participaram da Festa de Tinguá, além de outros moradores. Ele vai compor o longa com filmagens antigas da festa, de 2011 e 2012.
— Meu objetivo é mostrar que os moradores querem que a Festa do Aipim volte a ser como era antigamente. A tradição é importante para eles — declara Helder.
Para o secretário de Cultura de Nova Iguaçu, Wagner D’Almeida, as ideias de Helder não representam as da população de Tinguá. Segundo ele, os moradores continuam tendo um espaço nobre na festa.
— Tinguá hoje é a referência de grande evento. Estamos corrigindo os erros e qualquer tipo de eventualidade que tenha prejudicado quem quer que seja — afirmou o secretário, em nota.
D’Almeida também garantiu que o aipim do bairro é colhido o ano todo.

por: Marina Navarro Lins

via: jornal extra




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