Um dos primeiros cientistas que ajudaram a identificar o ebola, Peter Piot, afirmou que examinar passageiros de aviões para evitar o contágio da doença é inútil.
Peter Piot é o presidente do grupo de ciência especializado em ebola da OMS e, para ele, estes métodos não são eficazes."Checar passageiros de avião é, na maior parte, uma reação política. Não vai manter o ebola fora (de um país), é quase inevitável - vamos ver pessoas na Europa infectadas com o ebola de vez em quando. É assim que as coisas estão agora por causa da globalização - as pessoas viajam", disse.
"Perguntar se uma pessoa está com febre, bem, as pessoas podem não dar, necessariamente, uma resposta honesta. Checagens nunca pararam uma epidemia. Eles tentaram com a SARS, com epidemias de gripe, então é mais simbólico e certamente não tem nenhuma base científica", acrescentou.
Piot afirmou ainda que a Europa não está fazendo o bastante para combater a epidemia.
"A Europa está ficando para trás quando se trata de lutar contra o ebola. Não apenas a União Europeia, mas também os estados-membros individuais. Tirando a Grã-Bretanha. Olhe para o que os Estados Unidos estão fazendo, o que a China está fazendo, o que Cuba faz. E você se pergunta: onde está a Europa? E nós temos tanto a oferecer quando se trata de luta contra o ebola. Então este é o momento de a Europa agir", disse.
Cinco a dez mil por semana
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de mortes devido à epidemia de ebola subiu para 4.447, a maioria na África Ocidental. O número total de casos registrados chegou a 8.914.Nesta terça-feira, o diretor-geral assistente da OMS, Bruce Aylward, afirmou e Genebra que o número de pessoas infectadas pela doença nesta região da África pode ficar entre 5 mil e 10 mil por semana até o final do ano, se os esforços globais no combate à doença não aumentarem.
Segundo Aylward, a taxa de aumento no número de novos casos em algumas áreas do chamado "epicentro" doença diminuiu.
Serra Leoa, Libéria e Guiné são os países mais afetados pela doença.
No entanto, Aylward afirmou que a doença agora está se espalhando em novas áreas, não apenas nas principais cidades dos três países, mas em direção à fronteira com a Costa do Marfim.
"Em certas áreas estamos vendo os (números da) doença caindo, mas isto não significa que vão zerar", disse.
Zuckerberg disse que o dinheiro será usado pelo Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos EUA.
A doação visa garantir que o vírus não se transforme em uma crise de saúde global no longo prazo.
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que a doação de Zuckerberg é uma excelente demonstração de liderança.
BBC