Exército testa material para ataque químico na Copa das Confederações Equipamentos foram testados no Rio e também serão usados na JMJ. Preparação visa neutralizar ataques químicos, biológicos ou nucleares.
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Exército testa material para ataque químico na Copa das Confederações Equipamentos foram testados no Rio e também serão usados na JMJ. Preparação visa neutralizar ataques químicos, biológicos ou nucleares.


Alba Valéria Mendonça Do G1 Rio

Simulação de descontaminação por ataque terrorista com agente químicos, biológicos ou radiológicos (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)Simulação de descontaminação por ataque terrorista com agente químicos, biológicos ou radiológicos (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)

O Rio de Janeiro já está preparado para neutralizar um ataque terrorista que utilize armas químicas, biológicas e nucleares, garantiu na manhã desta quinta-feira (6), o coronel do Exército Richard Nunes. Coordenador de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército (QBRN), o militar orientou uma simulação de um ataque terrorista na Escola de Instrução Especializada do Exército, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, para testar os equipamentos de detecção, descontaminação e proteção que serão utilizados, se necessários, durante a Copa das Confederações.
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  • FOTOS: Veja como foi a simulação do Exército
Além do Rio, outras cinco cidade-sede dos jogos contarão com uma equipe de 50 profissionais do Exército, cada uma, para agir em casos de ataques com agentes biológicos, químicos, radiológicos ou nucleares. Segundo o coronel, em Salvador, na Bahia, esse trabalho de prevenção e segurança ficará a cargo da Marinha.
“Estamos preparados para garantir a tranquilidade dos torcedores, visitantes e moradores e atletas. Adquirimos os equipamentos de última geração, aprimoramos pessoal e capacitamos equipes de saúde, logística e operacional. Estamos aptos a combater o terrorismo como as nações mais desenvolvidas”, afirmou o coordenador do QBRN.
Em caso de ataques terroristas com armas químicas, o grupo do QBRN, precisará de um espaço de aproximadamente 250 metros de extensão para, em 40 minutos, montar  as barracas de campanha e laboratórios necessários para fazer a detecção dos elementos contaminantes, a descontaminação de pessoas, pequenos objetos – como relógios, bolsas,  celulares – e veículos, além de pequeno hospital de campanha.
“Durante os jogos ficaremos em bases militares próximos aos estádios, por exemplo, que são os lugares de grande concentração de pessoas. Mas temos capacidade e agilidade para montar o equipamento em qualquer ponto onde ocorra um ataque e seja necessário fazer esse trabalho de detecção e descontaminação”, garantiu o militar.

Equipamentos também serão utilizados na JMJ
De acordo com o general do Exército José Alberto da Costa Abreu,  o QBRN também será utilizado durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho, na cidade. Segundo ele, na ocasião, o grupamento ficará de prontidão numa base militar em Guaratiba, a cerca de três quilômetros do local onde será realizado a vigília e o encontro do Papa Francisco com os jovens.
Na simulação, logo após um ataque feito com uma granada contendo componentes químicos ou radiativos, o Grupo de Reconhecimento e Identificação (vestidos de branco) entra em ação. Eles são responsáveis por verificar o estado dos feridos e tentar, com medidores portáteis tentar identificar o elemento contaminante da granada.
O material recolhido por este grupamento é encaminhado ao Laboratório Móvel de Análises, que instalado num caminhão, pode identificar elementos químicos e biológicos em até três horas.
Vítima suspeita de contaminação passa por um banho com um líquido especial  (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) 
 
Suspeito de contaminação passa por um banho com
líquido especial (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
Enquanto a análise do material é feita no laboratório, as vítimas são levadas ao Hospital de Campanha, onde recebem os primeiros-socorros, em casos de ferimentos físicos. Neste hospital, a vítima recebe um tratamento semelhante a um CTI, com aparelhos de respiração mecânica, ressuscitação e acompanhamento dos sinais vitais.
Depois de passar por essa triagem, a pessoa exposta  no ataque é encaminhada a uma barraca de descontaminação, onde um grupo faz a verificação do tipo de contaminação sofrida pela vítima. Nesta tenda, a pessoa tem toda a roupa retirada e passa por um banho com descontaminantes e depois com água pura.
Ao sair, é feita uma nova medição. Para casos que necessitam de repouso e observação, será montada uma enfermaria com oito leitos. Casos mais graves serão levados de ambulância para  um hospital da rede do SUS já previamente determinado como hospital de referência.
Pequenos objetos, como bolsa, relógios, sapatos e roupas são colocados numa câmara especial e descontaminadas com vapor a 360 graus. Veículos que estejam sujeitos a contaminação são levados para uma área isolada, dentro deste espaço de 250 metros de atuação do QBRN, e recebem uma lavagem com produto descontaminante e depois, com água pura, como num lava a jato.
Carro contaminado recebe jatos de descontaminantes em simulação do Exército (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) 
 
Veículo recebe jatos de descontaminantes em
simulação do Exército (Foto: Alba Valéria Mendonça/
G1)
Carros e outros veículos expostos a elementos nocivos serão levados para uma área isolada, dentro do perímetro do grupamento por agentes do Exército. Com  máscaras e roupas apropriadas ele usarão um kit portátil com um líquido especial, que não danifica aparelhos eletrônicos, para ser aspergido dentro do veículo.
Equipamentos custaram R$ 10 milhões
Ao todo foram gastos R$ 10 milhões na aquisição e atualização de equipamentos, como medidores portáteis de elementos químicos, radiológicos e biológicos, roupas e máscaras de proteção, agentes descontaminantes e equipamentos de laboratório de análises.
“Já tínhamos alguns equipamentos, como o laboratório móvel de análises química e biológica, que existe há dois anos e já foi utilizado nos Jogos Militares, no sorteio da Copa do Mundo e na Rio+20. Fizemos alguns ajustes de modernização e nos adequamos para os grandes eventos, como a Copa das Confederações. Para a Copa de 2014 vamos precisar dobrar o quantitativo de equipamento e pessoal, já que teremos dez cidades para fiscalizar”, disse o coronel Richard.
O militar destacou ainda que o Brasil tem um batalhão especializado para esse tipo de ação desde a década de 50 e com os novos equipamentos pode se equiparar aos exércitos de Estados Unidos, Alemanha e Itália, por exemplo.  A sede do batalhão é no Rio, que por causa disso vai contar com uma reserva técnica de pessoal e equipamento, em casos de emergência.

http://g1.globo.com




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