Família de mulher morta após ter alta de hospitais em Duque de Caxias cobra investigação do caso
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Família de mulher morta após ter alta de hospitais em Duque de Caxias cobra investigação do caso


Família de técnica de enfermagem pede investigação da Polícia Civil sobre o caso
DUQUE DE CAXIAS - A família da técnica de enfermagem Elizângela Medeiros Gonçalves, de 35 anos, vai pedir investigações da Polícia Civil para apurar sua morte. Eles registraram o caso na 59ª DP (Duque de Caxias). Ela morreu na última segunda-feira, três dias depois de passar mal e buscar atendimento em pelo menos três unidades de saúde, inclusive no próprio hospital onde trabalhava, o Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Chorando muito, a mãe da vítima, Luzia de Medeiros Oliveira, de 58 anos, disse que a última frase que ouviu da filha foi “estou tendo um infarto”.

- Levei minha filha para a UPA de Mesquita (também na Baixada Fluminense) na segunda. Ela estava revirando os olhos e passando muito mal. A última vez que a vi, estava sendo levada na maca e me disse que estava tendo um infarto - disse Luzia, aos prantos.

Antes de morrer, Elizângela chegou a gravar um áudio, que foi enviado por WhatsApp para colegas relatando seu estado de saúde. Ela chega a falar que, se fosse para morrer, ela preferia morrer em casa. Em sua certidão de óbito, a causa da morte é “indeterminada”.

“Quando eu cheguei pela manhã, o doutor Sebastião me fez um Diazepam e disse que eu estava com uma crise nervosa e eu estava dispneica, cansada, pálida, sem conseguir falar. Eu era pra ter ido direto pra vermelha e ele botou DZP, um negócio assim. Foi como se eu não tivesse nada, fosse frescura. Não deixou ninguém me botar no O2 e disse que se alguém me botar no O² que ele ia relatar no livro e a equipe toda ia levar ao superior. Renato da vermelha enfermeira foi lá e ele não deixou me tirar dali

Eu fiquei até as 7h esperando alguém para me colocar no oxigênio e eu vou te falar que foi Deus que me deu força para eu suportar porque mais um pouquinho eu não ia aguentar nesse intervalo esperando outro médico. Eu poderia morrer de falta de ar, de oxigênio, porque até para ir no raio X eu tive que ir de ‘bola de oxigênio’ e pra ir no banheiro eu já não estou conseguindo. E pra ficar internada para esses médicos fazerem pouco caso, me tratar como um lixo e eu trato os pacientes como prioridade. Eu não quero morrer. Para morrer ai, eu prefiro morrer em casa”, disse a enfermeira no áudio.

O caso

A técnica de enfermagem começou a passar mal na madrugada da última sexta-feira. Ela reclamava de dores no peito e falta de ar. Seu marido, Éder Gil Moreira de Carvalho, a levou então para o Hospital de Saracuruna. Na unidade, parentes afirmam que o médico de plantão alegou que ela estava de “frescura”. Mesmo depois de ter sido medicada no hospital, Elizângela continuou passando mal.

No domingo, Éder a levou para o CER Ilha (Emergência do Hospital Municipal Evandro Freire), na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Lá, a família diz que os profissionais de saúde disseram que ela estava com algum tipo de crise de pânico por causa da morte da avó dela. ocorrida havia nove dias. Na última segunda-feira, a técnica foi levada por sua mãe para a UPA de Mesquita, onde faleceu.

- Nesse hospital da Ilha, disseram que ela estava com alguma crise psicológica. Minha irmã não chegou a ser atendida nem por um médico, foi um enfermeiro que a atendeu. Minha ficha ainda não caiu. Eu era muito ligado à ela - afirmou o irmão da vítima, Diego Medeiros Gonçalves, de 28 anos.

Segundo a direção da CER Ilha, a paciente relatou cansaço e falta de ar quando foi atendida na unidade de saúde. De acordo com a nota, ela apresentou sinais vitais normais – como pressão, temperatura, frequência respiratória e cardíaca. "Elizangela foi orientada e redirecionada para acompanhamento ambulatorial na unidade de Atenção Primária mais próxima de sua casa". A CER Ilha disse que se solidariza com a família e que acompanha a apuração do caso.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou nesta quinta-feira que abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos no atendimento da técnica de enfermagem Elizângela Medeiros Gonçalves. A Secretaria estadual de Saúde também abriu uma investigação interna para avaliar se houve algum desvio de conduta por parte dos profissionais que a atenderam. A Secretaria municipal de Saúde ainda não se pronunciou.

Elizângela Medeiros Gonçalves foi enterrada na última terça-feira no cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela tinha dois filhos: um de 14 e outro de 8 anos. Ela fazia faculdade de enfermagem em Duque de Caxias.

Leia na íntegra a nota da Secretaria estadual de Saúde:

“A direção do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN) informa que a paciente Elizangela Medeiros Gonçalves deu entrada na unidade às 05h47 do dia 30/10/2015, com queixa de dores no peito e falta de ar, sendo imediatamente acolhida e atendida. Já às 5h55 ela foi medicada, após exames clínicos, em que foram constatados pressão arterial levemente alta e taquicardia discreta. Foram, então, solicitados exames de eletrocardiograma e dosagem de enzimas cardíacas, permanecendo em observação clínica. Elizangela foi novamente examinada pelo corpo clínico, às 7h30, passando por terapia com oxigênio e medicações para controle da dor. Ela ficou em observação até às 15h30, quando, por manter o quadro estável e sem quaisquer alterações, recebeu alta médica, com o encaminhamento para o serviço de cardiologia.

A direção informa, ainda, que recebeu, em 3/11, a comunicação por meio de colegas de trabalho da colaboradora que a mesma teria falecido no final da noite do dia 2/11, em outra unidade de saúde, mais de 72h após sua alta na unidade. No entanto, a unidade deu início a uma apuração sumária para avaliar se houve algum desvio de conduta dos profissionais que a atenderam. Caso as denúncias sejam comprovadas, serão estipuladas as punições cabíveis. A direção se solidariza com a família e colegas de trabalho, permanecendo à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o atendimento à paciente.

Cabe esclarecer também que o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes é uma unidade de urgência e emergência pública do Sistema Único de Saúde, portanto, gratuita e universal, assim como todos os outros da rede estadual. Todos os cidadãos têm direito a atendimento, sem qualquer tipo de distinção entre pacientes e funcionários”.

Via G1
Por Extra





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