Feira de Duque de Caxias agora é patrimônio da cidade
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Feira de Duque de Caxias agora é patrimônio da cidade



DUQUE DE CAXIAS - Considerada uma das maiores feiras livres da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana, a feira que acontece todos os domingos em ruas do Centro de Duque de Caxias, foi tombada esta semana pela prefeitura de Duque de Caxias, através da secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias, em solenidade no Clube dos Quinhentos, no centro. Com a medida, administrações não poderão tirá-la do espaço que ocupa atualmente. O evento serviu também para a apresentação do programa Microempreendedor Individual (MEI), parceria com o Sebrae, que tem como objetivo tornar os pequenos comerciantes da cidade em empreendedores.
Antes da assinatura do decreto de tombamento, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, explicou a importância do ato e os benefícios que traria para os feirantes. “O tombamento é a garantia de que no futuro nenhuma administração do município poderá tirar a feira do espaço que ocupa. A feira é um patrimônio da cidade que precisa ser preservado”, disse o prefeito Alexandre Cardoso.
O secretário de Cultura e Turismo do município, Jesus Chediak, lembrou que a feira é parte da história da cidade e que no período do Cinema Novo, era referência para os diretores de filmes. “Lembro da época do Cinema Novo, quando precisávamos de referências do Nordeste, era aqui em Caxias, nesta feira, que encontrávamos. O tombamento irá preservar um patrimônio cultural de Caxias. Até porque Caxias é também nordestina”, comentou.

Feirante recebe homenagem por dedicação

Durante a cerimônia de tombamento, José Inácio Ribeiro Filho, 80 anos, foi homenageado com a entrega de uma placa. Ele é o mais antigo feirante. Emocionado, o comerciante revelou que não esperava a homenagem. “Fico feliz, porque devo tudo o que tenho, inclusive ter criado meus três filhos, trabalhando na feira”, conta.
Nascido em Campina Grande, na Paraíba, José Inácio chegou em Caxias com 20 anos. Através de amigos, conseguiu licença para montar uma barraca. “Vim para Caxias sem emprego. Alguns amigos sugeriram que tirasse licença e colocasse na feira uma banca. Foi o que fiz. Comecei a vender pentes. Com o tempo montei uma barraca e passei a comercializar também cintos, bolsas e outros produtos. Trabalhei para sustentar minha família, educar meus três filhos. Foi com a feira que consegui montar meu patrimônio. Mas para isso, foi preciso trabalhar honestamente”, revela o feirante que ainda hoje continua com sua barraca na principal feira da cidade.
“Quando comecei na feira, a cidade era bem diferente. Tudo era diferente. A feira cresceu muito e isso foi bom para quem trabalha nela, porque mais pessoas compram e percorrem as barracas. Acho que a prefeitura acertou ao tombar a nossa feira. Isso é uma garantia para todos que trabalham nela”, avalia.

Empreendedorismo

Em seguida a assinatura do tombamento, o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Wellington Menghini, falou para os feirantes sobre o projeto em parceria com o Sebrae, o MEI- Microempreendedor Individual- que tem entre seus objetivos formalizar o pequeno comerciante, permitindo que ele tenha seu negócio de maneira legal e conte com benefícios sociais, como aposentadoria, licença-maternidade e auxílio-doença.
Segundo o subsecretário nenhum dos feirantes estão obrigados a participar do programa, no entanto, é uma garantia que terão. “Com o MEI eles têm acesso, por exemplo, a financiamentos com juros mais baixos, abertura de conta como pessoa jurídica”, revelou.

Feira se confunde com a história da cidade

A tradição da feira de Caxias, como é conhecida pelo morador da cidade vem da década de 1940, antes da emancipação político-administrativa de Nova Iguaçu, o que aconteceria em 1943. As barracas são montadas na madrugada de domingo nas avenidas Duque de Caxias, Presidente Vargas e trecho da Rua Prefeito José Carlos Lacerda. Legume, frutas, roupas, utensílios domésticos, cereais e comidas típicas do Nordeste. Atualmente, são cerca de mil barracas espalhadas por estas vias e outras próximas.
A feira não é frequentada somente por moradores de Caxias, mas atrai pessoas dos municípios da Baixada, do Rio e até de Niterói, que aproveitam para saborear o acarajé, o vatapá, a carne de sol, beiju, queijo de coalho, feijão de corda, manteiga de garrafa, tapioca ou a farinha de mandioca.

Via: Jornal de Hoje




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