Guia Michelin lança segunda edição brasileira
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Guia Michelin lança segunda edição brasileira


              


Diretor do cobiçado guia mundial da gastronomia, Michael Ellis, apresenta a edição nacional do guia dia 28, no Copacabana Palace, no Rio.

Michael Ellis, diretor do Guia Michelin, publicação que seleciona os melhores restaurantes e hotéis em diversas regiões do mundo, chega ao país na próxima semana para lançar a segunda edição brasileira do tradicional guia. Vai ser dia 28 nos salões do Copacabana Palace, no Rio. "Nossos critérios continuam os mesmos, há mais de 100 anos: qualidade dos ingredientes; domínio da técnica culinária; harmonia e equilíbrio em sabores; como o chef se expressa em seus pratos e a constância ao longo do tempo e menu", afirma ele sobre o livro publicado pela primeira vez em 1900, pelo industrial francês André Michelin.

"O Brasil tem cozinha única, verdadeiro patrimônio culinário. A população é muito diversa, com raízes na Europa, África, Ásia e Oriente Médio, e a gastronomia reflete isso. Rio de Janeiro e São Paulo têm sido essenciais para a cena internacional. Essa é a principal razão para escolhermos o Brasil para a primeira edição do guia na América do Sul", diz Michael. Mas apesar dos elogios vale lembrar que na primeira edição, ano passado, nenhum restaurante nacional ganhou as cobiçadas três estrelas. O paulista D.O.M., do chef Alex Atala, foi o único brasileiro a receber duas estrelas —  o equivalente a 'cozinha excelente, vale a visita'. Antes de embarcar, ele bateu um papo com a coluna:

A que atribui o sucesso do Guia?

Nós publicamos o Guia para os nossos leitores, para ajudá-los a encontrar os melhores lugares para jantar de acordo com seus desejos. Nossos critérios continuam os mesmos, há mais de 100 anos. Os nossos inspetores olham, principalmente, para o seguinte: qualidade dos ingredientes; domínio da técnica culinária; harmonia e equilíbrio em sabores; a personalidade do chef e como ele a expressa em seus pratos; a constância ao longo do tempo e ao longo do menu.

Por que fomos os primeiros da América do Sul a ter uma edição do guia?

Rio de Janeiro e São Paulo têm sido essenciais para a cena gastronômica internacional. Esta é a principal razão que escolhemos para publicar o primeiro guia da América do Sul aí. A criatividade e curiosidade que vem destas duas cidades alimentam uma gastronomia peculiar, uma das mais dinâmicas do mundo.

O que sabe sobre a culinária do Brasil?

Acho que o Brasil tem uma cozinha verdadeiramente única, um real patrimônio culinário. A população é muito diversa, com raízes na Europa, África, Ásia e até Oriente Médio. A gastronomia local reflete isso. O Brasil também tem uma incrível diversidade de ingredientes a base de carne, peixe, frutas e vegetais, que é a receita para a excelente comida.

Como surgiu seu interesse por gastronomia?

Eu treinei como aprendiz de um chef em Paris quando jovem, e desde então sou apaixonado por comida e vinho. A coisa mais incrível do meu trabalho é o fato de poder conhecer chefs que são meus ídolos. A parte mais difícil, é a importância de conceder e tirar estrelas Michelin, que muitas vezes têm um impacto muito grande em um restaurante e seus funcionários.

Hoje os chefs têm status de celebridade e existem muitos programas culinários na TV. Como vê esse movimento?

Eu acho que isso representa o quanto o alimento e o ato de cozinhar tornaram-se importantes. Vemos isso em muitos países, e é uma prova de que as pessoas estão cada vez mais interessados em desfrutar ao máximo suas refeições. Muitos restaurantes também estão se esforçando para oferecer experiências incríveis para seus clientes, que estão cada vez mais exigentes. Eu acho que esta é uma tendência mundial e muito positiva.

Como vê o mercado hoteleiro do Brasil?

O mercado hoteleiro nas duas cidades está evoluindo rapidamente. Há novos hotéis sendo construídos, e muitos outros, mais antigos, sendo reformados. São Paulo continua sendo o principal destino de negócios na América do Sul e o Rio, um dos destinos turísticos mais famosos do mundo. Então, acho que o futuro é brilhante para a indústria hoteleira dessas cidades.

Fonte Bruno Astuto/Época




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