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Insegurança faz Correios suspenderam entrega em regiões da Baixada Fluminense

Revoltados com a situação, moradores de bairros considerados de risco se deslocam até o centro Nova Iguaçu para pegar as encomendas

Consumidores que aderiram à comodidade da internet já pensam em voltar a frequentar lojas físicas para comprarem seus produtos. Cerca de 4.208.012 habitantes sofreram com a medida de segurança imposta pelos Correios em Nova Iguaçu, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti. A suspensão do serviço de entrega de valor nos município tem dado dor de cabeça em clientes que agora saem de suas casas para retirar suas encomendas nos depósitos dos Correios mais próximos.

“Fiz a minha compra no início de janeiro. No dia 21, o rastreio informou que a encomenda estava no depósito da Prata. Sete dias depois ela ainda estava lá. Será que o serviço é feito com tartarugas ao invés de carros? Porque de lá até aqui não tem mais de 2 quilômetros de distância. Agora terei de ir no outro ver se consigo pegar minhas coisas. Isso não tem justificativa, pois moro no centro do município”, disse o professor Mozart Fernandes, 50, morador de Nilópolis.

Para Flávio Cavalcante, de 42 anos, a infinidade de motivos criados para justificar a ausência do serviço em alguns bairros não tem fundamento. Ele, que mora em Edson Passos, contou que deixou de receber suas compras por morar em área de risco. Sempre pago Sedex e nunca recebo no prazo.

“Eles avisaram que não entregariam minha encomenda quase um mês depois da compra. E prazo de entrega é, no máximo, de 15 dias. Eles alegam que moro na Chatuba, mas aqui é bem distante desse bairro. Não vejo nenhuma proteção nisso, só problemas”. Flávio ainda conta desanimado que está com uma encomenda em trânsito e afirma que já sabe que terá de ir à Nova Iguaçu buscar. “Já estou me preparando para ir lá pela terceira vez. Não aguento mais isso. É só um funcionário para centenas de pessoas”, desabafou.

Flávio sofreu três vezes com os atrasos Foto: Lélio Neto / Conecta Baixada

Além dos locais considerados de risco pelos Correios, clientes reclamam que a indisposição de alguns entregadores dificultam as entregas e facilitam o extravio das encomendas. A estudante Thamires da Silva Alves, de 23, mora na localidade da Botinha, no bairro Caonze, centro de Nova Iguaçu, reclama que funcionários da empresa também descartam ruas íngremes por motivos torpes. “Quando a gente encontra com um deles lá embaixo eles pedem para subirmos com a encomenda dos vizinhos. Quando não, eles declaram que o destinatário não estava em casa. Tudo porque eles têm preguiça de subir”.

Já as duas horas em pé na porta do depósito de Nova Iguaçu, na Rua Coronel Francisco Soares, serviram de aprendizado para Vera Miranda,de 48. Vera explica que antes de comprar na internet ela pesquisa sites que tem entrega própria. “Dá até desânimos fazer compras assim. O que era para ser fácil se tornou fonte de aborrecimentos. Me sinto humilhada de estar aqui aguardando na chuva para ser atendida”, desabafou.

Em nota, os Correios informaram que não há prestação de serviço em regiões de Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Belford Roxo por terem sido consideradas áreas de risco. Ainda segundo eles, as limitações estabelecidas foram feitas para proteger seus trabalhadores e mercadorias. “Os Correios, assim como a sociedade, têm sido vítimas da falta de segurança pública. O modelo de entrega em áreas com restrição é informado ao remetente no ato da postagem nas agências e também aos clientes com contrato – entre eles as lojas virtuais”.

Profissionais da Light sofrem represálias em comunidades

A Light – empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em diversas cidades do Sul do Rio – também realizou modificações no itinerário de seus marcadores de luz para preservar a segurança dos funcionários. Segundo a concessionária, devido ao aumento da criminalidade em Mesquita e Nova Iguaçu, alguns profissionais são impedidos de trabalhar em algumas comunidades.

“Em áreas consideradas de risco ou regiões como Grotão, Morro do Cruzeiro, Lagoinha, em Nova Iguaçu, e Chatuba, em Mesquita, os profissionais da companhia não possuem livre acesso”.

via: Conecta Baixada
por: Marcelle Bappersi

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