Meninos que veem pornografia regularmente têm mais probabilidade de ter relações sexuais e perturbar as meninas na escola, revelou um novo estudo. Michael Flood, pesquisador do Centro Australiano de Pesquisa de Sexo, Saúde e Sociedade, da Universidade La Trobe, disse que a exposição de crianças à pornografia resulta numa “ampla variedade de efeitos importantes e muitas vezes preocupantes”. “A exposição à pornografia”, escreveu Flood, “ajuda a sustentar a fidelidade dos mais jovens a noções sexistas e prejudiciais acerca do sexo”. Flood, um sociólogo australiano da Universidade de Wollongong, disse que isso se aplica principalmente a meninos e homens que usam pornografia frequentemente. Com materiais mais violentos, “o consumo intensifica atitudes que apoiam a coerção sexual e aumenta sua probabilidade de cometer agressões”.
“Embora crianças e jovens sejam seres sexuais e mereçam materiais apropriados para suas idades acerca do sexo e sexualidade, a pornografia é um educador sexual medíocre e realmente perigoso”, disse ele.
Em outubro do ano passado, o Instituto de Criminologia do governo australiano publicou um estudo que diz que “é bem elevada” a probabilidade de que um jovem seja exposto à pornografia antes da idade legal.
“Existem preocupações, entre pais e formuladores de políticas públicas, de que a exposição prematura e generalizada à pornografia está mudando a natureza das atitudes, condutas e relacionamentos sexuais íntimos e potencialmente contribuindo para a violência sexual na sociedade”, escreveu Judy Putt, a gerente geral de pesquisa do Instituto.
“A proliferação de materiais pornográficos e seu acesso fácil são tais que não é uma questão de se um jovem será exposto à pornografia, mas quando.” Jovens estão sendo “inundados” de “informações sexuais”, escreveu Putt, “antes de terem o desenvolvimento e capacidade de integrá-las numa saudável identidade sexual”.
Uma pesquisa de 2003 feita por telefone com 200 jovens australianos entre as idades de 16 e 17 revelou que 73 por cento dos rapazes foram expostos a vídeos pornográficos, com 5 por cento expostos semanalmente e 16 por cento expostos três a quatro vezes por semana. A pesquisa revelou que 84 por cento dos rapazes foram acidentalmente expostos à pornografia na internet, com 38 por cento usando a pornografia de internet deliberadamente. Isso foi comparado com dois por cento das mulheres que usam a internet para ver pornografia.
(O Verbo)
Nota: É o tipo de pesquisa que deixa ainda mais evidente a importância do acompanhamento dos pais nas atividades que os filhos realizam diante da TV e do computador. Especialistas dizem que os filhos não deveriam ter TV e computador no quarto e que esses aparelhos devem ficar em ambientes públicos da casa, a fim de que os filhos não sejam expostos "gratuitamente" à tentação.[DB]