Mas o que acontece com os 10% que conseguem sobreviver?
De acordo com essa reportagem da CBS, para sobreviver ao ebola o paciente precisa ter acesso a um diagnóstico rápido e a tratamento imediato. Ou seja, assim que começam a sentir os primeiros sintomas: dores de cabeça, dor nas juntas e febre. O problema é que esses sinais podem ser confundidos com os de um simples resfriado. A partir do momento em que a doença começa a se diferenciar, com a ocorrência de hemorragias, já é tarde demais.
Quando o ebola é identificado rapidamente, os pacientes passam a receber fluidos de forma intravenosa, para evitar a desidratação, manter a pressão estável (a maioria de pacientes do ebola morre por baixa pressão), transfusões para repor o sangue perdido em hemorragias e tratamento para infecções secundárias que podem surgir por causa do vírus.
Mas mesmo após receber o tratamento adequado e conseguir superar o vírus, há grandes chances dos sobreviventes sofrerem com consequências da doença. Um exemplo são as inflamações crônicas nas juntas e nos olhos, que podem afetar os pacientes até o fim de suas vidas. Esses 'efeitos colaterais' são resultantes da luta travada pelo sistema imunológico para expulsar os vírus.
A atralagia, condição similar à artrite, causa dores nas juntas e nos ossos. Já, nos olhos, é desenvolvida a uveíte, que causa inflamação, dor, excesso na produção lacrimal e pode culminar em cegueira.
Ainda não se sabe, exatamente, por quanto tempo uma pessoa que esteve infectada com o ebola pode transmitir o vírus. Embora a recuperação de uma infecção possa durar até 21 dias, o mesmo período de incubação, a OMS já registrou a presença do vírus no sêmen de um homem mesmo 61 dias após ele ter sido considerado curado.
Também não se sabe o que faz com que uma pessoa tenha chances maiores de sobrevivência do que outra, mesmo que o diagnóstico ocorra a tempo nos dois casos. Especialistas suspeitam que a genética também tenha um papel no desenvolvimento da doença - por isso, em populações com menor variabilidade genética, como em algumas regiões afetadas pela epidemia atual, o Ebola seria devastador.
http://revistagalileu.globo.com