O QUE EU FAÇO COM ESTA ANGÚSTIA NO MEU PEITO?‏
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O QUE EU FAÇO COM ESTA ANGÚSTIA NO MEU PEITO?‏





 


“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor, o livra de todas.” Salmos 35:19
Servir a Cristo, proclamar o Seu nome, buscar fazer Sua vontade não são tarefas fáceis. De fato, Jesus nunca disse que seria. Muitas vezes Ele mesmo afirmou que tomássemos a nossa própria cruz e O seguisse se quiséssemos ser verdadeiramente Seus discípulos.
Cristo não é um tipo de homem que impõe tarefas, afazeres aos homens, como muitos “líderes” fazem. Ao contrário, Ele nos dá opções, e juntamente com elas, seguem-se as conseqüências. Se obedecermos, teremos a certeza de que poderemos desfrutar de plena paz. A paz que excede todo o entendimento. Experimentaremos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Porém, se optarmos por fazer nossa própria vontade, recusarmos a carregar nossa cruz, viveremos afastados de Deus, tentando preencher um vazio, ou aliviar uma dor e alegrar o coração com coisas fúteis, que não têm necessidade, que por mais que aparentem ser boas, seguindo nosso coração, o fim delas será a morte. Não somente a morte física, mas espiritual – e esta é mais séria.
“Porque todos pecaram e afastados estão da Glória de Deus.” Romanos 6:23
“(…) Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” João 10:10
Uma vida com Cristo não nos abstém, isto é, não nos livra de que teremos dificuldades enquanto peregrinarmos nesta terra.
Atualmente, há uma busca desenfreada do homem por preencher algo que lhe corrói o interior. Alguma coisa insaciável rasga o peito, gritando para ser alimentado e pôr fim à sua angústia, à sua dor interior e exterior, que muitas vezes é afligida por enfermidades também.
A Pequena Enciclopédia Bíblica, Boyer, O.S, 1970, explica ansiedade da seguinte forma: “angústia, incerteza aflitiva, desejo ardente, aflição, agonia, grande sofrimento, tristeza pungente.”
Já seu sinônimo, agonia, é explicado assim: “período de transição que precede a morte.”
Angústia e a agonia que inflamam alma podem ser algo que também açoita o corpo. Muitos enfrentam a agonia da morte ao permanecerem horas e dias nas filas de hospitais e clínicas, em busca de alívio para sua dor, que não só rasga o peito com o medo de conseqüências físicas geradas por suas enfermidades, mas que não estão preparados para enfrentar a morte. E quantos cristãos não estão assim, não é mesmo?!
Muitos questionam, onde está Deus? Por que Ele não faz nada para acabar com minha angústia e essa dor? Por que Ele não me cura?
Certamente, o Eterno não está alheio a tudo isto. Mas para tudo há um propósito específico e para tudo há um tempo determinado. Eclesiastes capítulo 3 menciona isto.
No evangelho de Mateus, capítulo 5, lemos as bem-aventuranças. Dentre elas, vemos o mestre dizer que bem-aventurados são os que choram, porque eles serão consolados.
Segundo a mesma Pequena Enciclopédia Bíblica, “‘bem-aventuranças’ quer dizer ‘felizes’ ou ‘alegres’, indicando o transcendente alvo do reino dos céus; o de chamar os homens para uma vida verdadeiramente feliz.”
Não é uma vida de alegria superficial, mas de gozo profundo e que perdura. Cristo ensinava nas bem-aventuranças, que a felicidade não depende do que possuamos, nem do que façamos, mas do que somos.
Tal felicidade não é importada de fora, mas nasce na alma de todos os verdadeiros filhos de Deus. Todas as bem-aventuranças de Cristo são paradoxos, todas são contrárias à opinião e senso comum do ser humano.
O conceito comum dos homens, é que são felizes os ricos, os honrados do mundo, os que passam suas vidas alegres, os que comem bem e se vestem bem, os que não estão enfermos.
Realmente, parece uma contradição ao dizer para alguém que está angustiado, atormentado: “Você é feliz!”. Alguém com certeza poderá questionar: “Como ser feliz com esta dor no peito? Como posso ser feliz quando alguém me persegue, me aflige, busca tirar minha paz, me difama e calunia? Como posso desfrutar da felicidade se estou enfermo?”
Tomados pelo desespero, muitas vezes somos tentados a solucionar nossos problemas, acalmar esta angústia e agonia, por nossos próprios meios. Ora, tem que haver justiça para tantas injustiças, alguns diriam. Afinal, eu sou justo. Sou filho do Rei.
Mas, ficar inerte perante uma situação de angústia e dor, prostrar-se diante de uma situação má e de trevas, seria demonstrar derrota. “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena”. Provérbios 24:10
Mas de que vale então? O que temos a aprender? O que ganhamos com isto?
A promessa do Senhor é esta: “Folgai nesse dia, e exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas…” Lucas 6:23, ARC.
Cristãos ao redor do mundo sofrem, em escalas maiores e menores. O sofrimento de alguém pode não ser o mesmo de outro, mas sim, todos sofrem. Há algo errado com a consciência de muitos cristãos atualmente, por não entenderem ainda que os seus sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo um peso de glória muito mais excelente, que pesa muito mais que estas angústias.
Recentemente ouvi em um programa de rádio, onde o entrevistador perguntava ao participante via telefone, o que ele desejava. Este respondia: “Eu quero ser feliz!” – uma frase comum do programa de rádio.
Não faço pouco caso do sofrimento de outrem, tampouco apologia ao sofrimento. Eu também não gosto de sofrer. Entretanto o conceito de felicidade de muitos de nós cristãos está totalmente equivocado, quando pensamos que uma vida de felicidade é isenta de sofrimentos, ou ainda que uma vida abundante seja não ter sofrimentos.
O grande perigo é que, por não compreendermos as situações e não buscarmos em oração, em silêncio ao Senhor, Lhe suplicando para nos ajudar, correremos o risco de pecar contra Ele e Sua vontade.
Somos falhos, pecadores e limitados. Deus, no entanto, não falha, é perfeito e ilimitado. Ele tem todo o poder. Para Deus nada é impossível.
Se teu fardo tem sido pesado, Cristo te convida hoje a lançar sobre ele toda angústia, dor e toda agonia. Ele te faz dois convites: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” e “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, tomai sobre vós o meu jugo, por que meu jugo é suave e meu fardo é leve”.
Se como cristãos não entendermos que servir a Cristo é carregar seu fardo e jugo, e estes são leves, fazemos de Cristo mentiroso (o que é impossível) e nós continuaremos afundando. Pois nestes momentos, pode ser que nossa fé esteja sendo provada. As dores e angústias, não só nos ensinam algo aqui, mas apontam para a eternidade, pois Deus está trabalhando nossa fé e moldando nosso caráter.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós em meios às dores que rasgam nosso peito, as dúvidas que turbilhoam nossas mentes e derrame Sua paz que excede todo o entendimento. Que ao findar de cada dia, depositemos aos pés da cruz nossos pedidos e súplicas dando graças por Sua infinita misericórdia, confiando somente nele e em Sua Graça, para dar fim as nossas aflições. Pois só Ele pode nos tirar de um charco de lodo e nos firmar sobre a rocha.
“Pois dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glórias pois a Ele, eternamente, amém!”
Soli Deo Gloria!
***
Anderson Alcides é pastor, paranaense, tradutor, blogueiro e colunista do Púlpito Cristão. Edita e escreve também em seu blog A voz no Deserto.

Por Anderson Alcides




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