'O que fiz para você?', questionou dançarino morto por homofobia
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'O que fiz para você?', questionou dançarino morto por homofobia



BAIXADA FLUMINENSE - A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) divulgou nesta quarta-feira (12) imagens de André Luis dos Santos Vieira, de 19 anos. Ele é suspeito de ter matado o produtor cultural Adriano da Silva Pereira, em julho, e está foragido, após a Justiça expedir um mandado de prisão temporária. A motivação, segundo as investigações, foi homofóbica.

"Ele (André) dizia para as testemunhas que não gostava de homossexuais. O André criou um flerte com o Adriano para criar uma situação em que eles estivessem sozinhos e ele pudesse agredi-lo", disse o delegado, que conta com a divulgação das fotos para prender André.

"Precisamos disso para prendê-lo", garantiu o delegado titular da DHBF, Fábio Cardoso.

Segundo as investigações, Adriano estava indo para Nova Iguaçu se encontrar com amigos. Em uma casa noturna no centro de Nova Iguaçu, Adriano conheceu André Luis e dois amigos que estavam em um carro na rua Coronel Francisco Soares.

"Eles foram juntos para outro local em Nova Iguaçu. Fora do carro, ao saírem, o André e o Adriano se desentenderam, e o André deu um golpe no rosto dele. Depois, ele ainda deu vários socos no rosto do Adriano. A motivação foi totalmente homofóbica", disse o delegado. Segundo ele, Adriano, quando foi atingido, ainda perguntou para André: "O que eu fiz para você?".

Testemunhas que estavam com ele no momento da agressão contaram que um dos rapazes que estava no carro impediu que a agressão continuasse, já que Adriano estava desmaiado. André, no entanto, viu que no carro havia uma chave de fenda. O suspeito, então, ficou em cima do corpo de Adriano e deu vários golpes com a chave de fenda. André ainda queria que os dois amigos passassem com o carro em cima do dançarino. Com a recusa deles, André jogou o corpo no valão em Cabuçu e foi embora.

Perfil

Adriano não tinha vergonha de usar roupas femininas. Artista e produtor, às vezes saía de casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, de vestido. "Roupa não tem gênero", costumava dizer aos amigos. Em meio ao perfil comum de mulatas do carnaval carioca, ele foi o primeiro dançarino do bloco Tambores de Olokun. Frequentemente, Adriano usava maquiagem e esmalte. Ao sair de casa em um domingo de julho, ele foi esfaqueado e espancado.

via: G1




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