O papa Francisco estaria pensando em convocar em Roma um encontro entre líderes e crentes das três grandes religiões monoteístas para lançar uma mensagem de paz e de convivência, contra a violência e o uso do nome de Deus para justificar o ódio e o terrorismo. É o que afirmam fontes israelenses.
O projeto do Pontífice, de acordo com estas fontes, teria sido anunciado ao presidente israelense Simon Peres durante a audiência no Vaticano no último dia 30 de abril, também se não foi citado no comunicado final divulgado pela Santa Sé.
O presidente Peres “disse ao papa que existem pessoas que justificam o terrorismo em nome de Deus” e que os líderes religiosos deveriam proclamar “em alta voz que Deus não deu a ninguém a licença de matar o próximo”. De acordo com que referem os meios governamentais israelenses, num relatório que sintetiza os conteúdos da audiência, Francisco teria respondido a Peres “defender” o apelo contra a violência “com todo o seu coração” e de “querer promover em Roma um encontro com a participação de líderes religiosos e crentes das três religiões” abraâmicas, “com o objetivo de fazer ver aos olhos do mundo” que as religiões são “contra a violência e o terrorismo”. Portanto, de acordo com as informações sobre esta conversa, o Papa estaria pensando numa iniciativa de paz e reservada às três religiões monoteístas.
Não é um encontro inter-religioso com todos os credos religiosos, como aqueles convocados em Assis por João Paulo II e em 2001 também por Bento XVI. Lembre-se que em janeiro de 2002, poucos meses após o atentado de 11 de setembro em Nova York, Papa Wojtyla quis reunir na cidade de São Francisco um encontro especial com as religiões visando afastar qualquer justificação “teológica” ao uso da violência e do terrorismo. Mas em Israel encontra-se também quem pede às religiões um impulso e um incentivo à política para que encontre soluções possíveis ao conflito no Médio Oriente.
Um apelo ao papa para que promova uma iniciativa de paz na Terra Santa junto com os líderes das religiões hebraica e muçulmana foi apresentado pelo rabino Davi Rosen, presidente do International Council of Christians and Jews (Iccj). Rosen, dialogando com um grupo de jornalistas italianos, lançou a ideia de um encontro de líderes religiosos da Terra Santa, convocado pelo Papa, em Jerusalém, para rezar pela paz na região.
“Um momento favorável poderia ser 2015 – disse Rosen – por ocasião do cinquentenário da promulgação da declaração conciliar "Nostra aetate", sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs”. De acordo com o rabino haveria necessidade de uma iniciativa assim para “apoiar os esforços dos políticos na solução dos conflitos da região”.
Vatican Insider via Notícia Dom Total