Para enfrentar a crise, Ambev mantém investimento de R$ 3 bi
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Para enfrentar a crise, Ambev mantém investimento de R$ 3 bi


Ampliação da produtividade e de centros de distribuição faz parte da estratégia  Foto: Paulo Fridman / Paulo Fridman/Bloomberg/17-7-2015

RIO - Apesar da desaceleração da economia do país, a Ambev não reduziu investimentos previstos para 2015, que devem se igualar ao recorde de R$ 3,1 bilhões do ano passado — apenas no primeiro trimestre deste ano foi investido R$ 1,4 bilhão. Para tornar isso possível, foca em ganhar mercado com produtos premium e de preço mais acessível — como embalagens econômicas e de vidro retornável. Além de ampliar a produtividade em fábricas e centros de distribuição. Faz parte dessa estratégia o lançamento de uma versão Ultra da Skol, com 30% menos calorias e carboidratos, para fisgar quem aprecia a loura, mas se preocupa com a saúde.

— Temos de continuar focados no que dominamos, no que controlamos, que são nossas marcas. Com inovação e criatividade, conseguimos ter bons resultados, apesar da crise no país — conta Marcel Regis, vice-presidente de Refrigerantes da Ambev.

A empresa registrou R$ 9,19 bilhões em Ebitda, indicador de geração de caixa, no primeiro semestre, alta de 17,8% ante janeiro a junho de 2014, considerando as operações no exterior. A Ambev Brasil respondeu por mais da metade desse total, R$ 5,9 bilhões, mas com menor patamar de expansão: 13,9%.

No semestre, houve recuo de 3,9% em vendas de bebidas em volume. Pesou o desempenho de vendas no segundo trimestre, cujo volume teve queda de 7,9% frente a igual período de 2014. Isso ocorreu, diz a companhia, principalmente devido à comparação com a Copa do Mundo, que representou um pico em venda de cerveja no país, e ao atual cenário econômico adverso.

MAIOR OFERTA AO CONSUMIDOR

O lançamento de produtos é um dos carros-chefes para ampliar resultados e participação de mercado:
— O mercado de cerveja vem se desenvolvendo e oferece maior oferta ao consumidor. Mas, quando comparamos com outros mercados no exterior, ainda há muito para crescer. Nos EUA, por exemplo, o setor de cervejas realmente concorre com o de vinhos — destaca Paula Lindenberg, vice-presidente de marketing.

Ela reconhece que é impossível ignorar o momento difícil por que passa o país e que, nesse cenário, a saída é inovar com a estratégia de longo prazo. O segmento de produtos premium tem importância-chave neste sentido, sendo tendência de consumo global e que veio para ficar, avalia:

— Temos de construir marcas nesse segmento. Há muitas oportunidades, como em saudabilidade (produtos ligados a bem-estar). Já é tendência em produtos de diversos segmentos e vemos uma oportunidade gigante de oferecer isso.

De abril a junho, enquanto a indústria amargava o recuo em vendas ante o período da Copa 2014, o segmento premium chegou a 8,5% do volume de vendas de cerveja da companhia.

— A inovação precisa oferecer benefícios ao consumidor, estar atrelada ao gosto dele. A Brahma sem álcool, o Guaraná Antarctica Black, a Skol Ultra e a nova linha de cervejas premium da Bohemia, feita em parceria com o chef Felipe Bronze, são exemplos disso — conta Vinicius Barbosa, vice-presidente de Logística da cervejaria.

PROPOSTA DA INBEV: SEM COMENTÁRIOS

Os executivos estiveram no Rio nesta sexta-feira a fim de participar de uma ação de funcionários da Ambev para conscientizar comerciantes e donos de bares sobre a importância de não vender bebidas alcoólicas a menores de 18 anos e não incentivar a mistura de bebida e direção.

Os executivos, no entanto, não quiseram comentar sobre a possível compra da SABMiller pela AB InBev — controladora da Ambev. A AB InBev tem até 14 de outubro para formalizar uma proposta.

No Rio, continua Barbosa, o Centro de Distribuição instalado em Jacarepaguá está em expansão, a fim de duplicar sua capacidade de armazenamento. E a companhia avalia, agora, ampliar sua capacidade na Baixada Fluminense. Os gargalos em logística hoje, segundo o executivo, estão em questões de âmbito municipal, como regras sobre tamanho e horários para circulação de caminhões:

— Os gargalos logísticos do país nos afetam menos, pois temos operações regionais fortes, com fábricas e centros de distribuição. O que impacta são as regras locais.
Via: Extra




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