


É com os fatos que temos no momento que nos devemos comprometer com os comportamentos, atitudes ou decisões que tomamos. O medo do comprometimento, inibe que possamos viver a vida tal qual ela é, cheia de opções e possibilidades que se comprovam ser eficazes, bem sucedidas ou felizes apenas se assumirmos e efetuarmos aquilo que julgamos ser necessário para atingir os resultados desejados. Só à posterior conseguimos analisar aquilo que fizemos. Umas vezes sendo bem sucedidos, outras nem por isso. Mas tem sido com a tentativa e erro que toda a humanidade chegou ao ponto em que nos encontramos.
Existe sempre a possibilidade de experimentarmos a rejeição dos outros, mas a dor resultante deste sentimento, será preferível à dor de se rejeitar a si mesmo de ser aceite pelos outros. Poderá você ser sempre feliz vivendo a sua vida de acordo com as ideias dos outros, ou você irá sentir ressentimento e frustração deixando fugir a oportunidade de ser aceite pelo seu verdadeiro eu? Se você seguir o seu coração, você irá permitir a aproximação daqueles que lhe dão suporte e acreditam em si. A grande maioria daqueles que o rejeitam certamente não serão as melhores pessoas a escolher para ter na sua vida.
É usual ouvir as pessoas com algum tipo de medo ou receio dizerem: “Eu farei isso mais tarde” Qual o problema de o realizarem agora mesmo? Se você se encontra nessa situação, o que é que o impede de fazer a mais pequena coisa possível no sentido de enfrentar aquilo que teme, receia ou o aborrece? Você consegue fazer um telefonema, escrever uma carta, voltar ao curso à muito tempo em standby, ou simplesmente limpar alguns dos papeis que se foram acumulando na sua secretária? Se você se propuser a fazer um pouco todos os dias, muito provavelmente você irá conseguir terminar ou resolver aquilo que queria. Se você não fizer nada, nunca irá ver a mudança.
Algumas coisas da nossa vida resolvem-se com o passar do tempo, mas se isso se tornar uma regra pela qual nos orientamos, corremos o risco de ficarmos expostos às forças externas, as quais não temos qualquer tipo de controle. Se estivermos passivamente à espera que as coisas na nossa vida mudem, caímos rapidamente numa situação de vitimização ou desapontamento. Uma atitude muito mais construtiva é adotar um papel mais positivo e trabalhar nas coisas que pretendemos, nas coisas que estávamos à esperar que acontecessem por si só. Deveremos tentar orientar as nossas ações no sentido de ficamos numa situação mais vantajosa e favorável.
Se a sua vida está a desmoronar-se, mas você finge que não está acontecendo nada, a isto chama-se negação. É fácil negar a verdade quando temos uma visão em túnel e ignoramos o panorama geral. Ignorar as coisas nunca foi uma grande estratégia dado que não faz com que elas desapareçam. Uma das formas de identificar a intensidade do problema é tentar registar o grau de desconforto e de disfunção que causa no seu dia-a-dia. O que é que deixou de fazer, o que é que evita, o que é que o deixa em pânico, desesperado, o que é que o deixa ansioso ao ponto do seu coração lhe saltar pela boca? Numa escala de 0 a 10 quanto é que está a prejudicar o seu trabalho, o seu estudo, o seu relacionamento, a relação com os seus amigos e familiares, em que grau lhe afeta o seu bem-estar e a felicidade? Em que grau diminui a sua autoestima e autoconfiança?
Algumas pessoas ficam humilhadas por não serem perfeitas. Eventualmente por terem experimentado a ridicularização ou terem sido humilhados pela derrota. No caminho tumultuoso e sinuoso para a via do perfeccionismo, vai-se construindo a ideia que se não se tentar, não se pode falhar. Por vezes o medo de fracassar paralisa-nos na nossa trilha, mesmo antes de iniciarmos a corrida. O medo de falhar normalmente impede-nos de colocarmos todo o nosso esforço numa situação. O medo impede e evita que possamos viver a nossa vida em todo o seu esplendor. O fracasso é uma opção mas o medo não.
Não expressar os sentimentos funciona como uma panela de pressão, quanto mais tempo você mantiver a tampa fechada, maior é a pressão gerada. Na verdade os sentimentos são impossíveis de conter, mais tarde ou mais cedo eles irão emergir e fazer-se sentir. Talvez de uma forma não relacionada com a situação indutora, expressam-se nas mais variadas maneiras, como uma doença física, problemas de pele, obesidade, stress, ou incapacidade de lidar com situações exigentes. Na verdade, você irá sempre arranjar uma maneira de expressar os seus sentimentos. Mantê-los engarrafados e sobre pressão irá sempre conduzi-los a efeitos secundários indesejáveis. Expressar as suas emoções de forma aberta e direta canaliza a energia de uma forma muito mais saudável, verificando-se ser funcional e adequado para o desenvolvimento de equilíbrio emocional.
Muitos de nós aprendemos que o sucesso é egoísta. Foi-nos dito vezes sem conta para não nos sentirmos “inchados” e “vaidosos”. O sucesso pode trazer louvor, atenção e notoriedade com a qual podemos não nos sentir confortáveis. O sucesso pode colocar-nos numa situação de liderança e de responsabilidade acrescida. Podemos ficar com a ideia que teremos de responder a mais questões e temos de nos expor frequentemente ou ter de falar para grupos de pessoas ou organizações. A expectativa dos outros pode crescer sobre nós, uma vez que mostramos ser competentes. Se todas estas situações nos causam incômodo e se apresentam como desagradáveis, inserem-se perfeitamente na componente do medo, olha-se para o sucesso tal qual uma fobia. Uma forma de fugir a tudo isto é parar antes de podermos ser bem sucedidos. No entanto, este evitamento tem certamente um preço. Uma contínua falta de sucesso nas nossa vidas conduz-nos com toda a certeza para a depressão, desmotivação, sentimento de fracasso, letargia e impotência para lidar com grande parte das situações de vida.