O governo do Quênia pediu a seus cidadãos que assistam às partidas da Copa do Mundo em casa em vez de fazer isso em "espaços abertos, lotados e inseguros".
O aviso foi feito depois de que ataques na costa queniana deixaram 60 mortos no domingo e na segunda-feira.As ações já são consideradas os mais violentas no país desde que membros do grupo extremista islâmico al-Shabab mataram 67 pessoas em um ataque a um shopping center na capital queniana, Nairóbi, em setembro passado.
O ministro do Interior queniano disse que, apesar de a segurança ter sido reforçada em todo o país, donos de bares e restaurantes devem tomar precauções para impedir atos violentos.
Segundo Paul Nabiswa, correspondente da BBC em Nairóbi, o pedido deve deixar muitos torcedores decepcionados, já que é um costume no país assistir a jogos de futebol em bares.
Vingança
O Quênia enviou tropas à Somália em 2011 para ajudar o governo deste país no combate aos rebeldes.
No entanto, o presidente Uhuru Kenyatta responsabilizou "redes políticas locais" pela violência porque membros de um grupo étnico não-mulçulmano estavam entre os alvos dos ataques.
A maioria dos mortos eram membros da etnia kikuyu, como o presidente. Muitos quenianos acusam o governo de ajudar kikuyus a enriquecerem ao dar terras a eles.
Segundo o líder da oposição no Quênia, Raila Odinga, que era o primeiro-ministro em 2011, quando tropas foram enviadas à Somália, disse que é hora de rever a presença militar no país.
"Não acho que isso está contribuindo para nossa segurança nacional. Prefiro que nossas tropas voltem e sejam colocadas nas nossas fronteiras", disse Odinga ao programa Newsday, da BBC.
Enquanto isso, em algumas partes do norte da Nigéria, no oeste africano, a transmissão pública da Copa do Mundo foi banida por causa de ameaças feitas pelo grupo islâmico Bokom Haram.
Membros deste grupo foram acusados de serem os autores de um ataque a bomba que matou mais de 20 pessoas que assistiam a um jogo do Mundial na última terça-feira.
BBC