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Cinelândia quer voltar a vida. Como?

Depois de ser destruída com o passar dos anos, onde vários cinemas foram fechados para dar lugar a igrejas pentecostais, bancos, farmácias e até estacionamento, o que restou da Cinelândia quer fazer como Lázaro de Cristo, ressuscitar, aproveitando a implantação de uma nova ordem na região composta pelo VLT da prefeitura do Rio.  A praça em frente ao Municipal foi entregue a todo tipo de gente desocupada. Frequentadores da área e funcionários reclamam da falta de segurança e pedem ações

Um dos mais movimentados pontos do Rio durante a semana, a Cinelândia concentra três dos pilares da cultura brasileira: o Teatro Municipal, o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e a Biblioteca Nacional. Mas, nos fins de semana, sem expediente nos escritórios e prédios públicos da região, o número de frequentadores desses e de outros equipamentos culturais dali, como o cinema Odeon e o Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), cai drasticamente.

Na biblioteca, referência em todo o País para pesquisadores e estudantes, a frequência aos sábados é um quinto da verificada no restante da semana; no MNBA, um quarto; no CCJF e no Odeon, a metade.

A situação contrasta com a da Praça Mauá, no extremo oposto da Rio Branco. Ali, o Museu do Amanhã, aberto há dois meses, atrai multidões diariamente. E aos sábados e domingos, ainda mais. Funcionários e usuários das instituições culturais da Cinelândia se ressentem da combinação de ruas desertas e falta de policiamento, que resultam em assaltos frequentes.

“O polo cultural da Cinelândia não tem problemas de mobilidade urbana, a questão é mesmo a insegurança. Tem os problemas reais e psicológicos: as pessoas consideram que é um lugar perigoso”, lamentou Sérgio Sá Leitão, diretor de programação do Odeon. “Não há policiamento ostensivo. Não adianta o charme do cinema e o nosso projetor 4k, que poucos cinemas têm”, completou.

“Estamos abandonados em pleno coração do Rio. Minha banca foi arrombada duas vezes. Depois que parou de passar ônibus aqui, o movimento piorou ainda mais. Estamos depositando nossas esperanças no VLT”, contou o jornaleiro Derisvaldo Pereira, há 35 anos no centro do Rio, dez na Cinelândia.

“O problema do centro é o tipo de ocupação que se tem, quase exclusivamente de escritórios. Isso tira qualquer tipo de vitalidade nos fins de semana. O que fazemos é pedir que a polícia faça vigilância na saída dos espetáculos”, observou o presidente da Fundação Teatro Municipal, João Guilherme Ripper.

Atrações. Para unir esforços, aumentar a ocupação do espaço público e atrair mais frequentadores, representantes dessas entidades se reuniram na quarta-feira passada na Biblioteca Nacional. O foco é a Rua Pedro Lessa, um pequeno trecho que fica entre o CCJF e o prédio da biblioteca. Ela ganhará exposições, performances e outras intervenções artísticas.

Como forma de melhorar a sensação de insegurança na região, o governo do Estado estuda montar a operação “Centro Presente”. Seria uma ação nos moldes da “Lapa Presente” e “Aterro Presente”, que soma PMs aposentados e jovens que acabaram de cumprir o serviço obrigatório das Forças Armadas ao patrulhamento já efetuado pela polícia.




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