Um surto de sarampo no País de Gales é um lembrete da importância da vacinação MMR [Measles, Mumps and Rubella, ndt]. Nunca é tarde demais para que os seus filhos (ou você mesmo) sejam vacinados contra esta perigosa doença.
Se os seus filhos ainda não receberam a vacina MMR, não demore. Houve mais de 800 casos confirmados de sarampo em Swansea e o surto não mostra sinais de abrandamento.
Por que é tão importante a ser vacinadas contra o sarampo?
O sarampo não é trivial. É muito infeccioso, é doença desagradável que, em casos raros, pode ser fatal. Cerca de uma em cada cinco crianças com sarampo experimenta complicações como infecções dos ouvidos, diarreia e vómitos, pneumonia, meningite e doenças oculares. Uma em cada 10 crianças com sarampo acaba no hospital. Não há tratamento para o sarampo. A vacinação é a única forma de prevenção.
Um surtos de sarampo pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento, seja onde for que você more no Reino Unido, é importante que os seus filhos fiquem actualizados com o MMR e as outras vacinas infantis. [...] Se os seus filhos estiverem em idade escolar e só com uma dose de MMR, ou não foram vacinados de todo, devem ser vacinados o mais brevemente possível.
A vacinação MMR está disponível gratuitamente para adultos e crianças no NHS.
Estando eu registado como médico não só na Itália, mas também no Conselho Britânico de Medicina Geral, e trabalhando tanto em Milão quanto em Londres, fiquei intrigado com a notícia [do surto de sarampo, ndt] e simplesmente quis verificar a veracidade das fontes, fazer uma avaliação comparativa dos casos britânicos de sarampo nos últimos anos.
Primeiro de tudo, quis descobrir qual a posição da Organização Mundial da Saúde, que normalmente segue de forma consistente e com precisão os dados diários de qualquer "surto" infeccioso em todo o mundo. Tal como aconteceu com a gripe SARS ou a Gripe Suína, a OMS recolhe com precisão todos os dados sobre os novos casos e comunicá-los logo, a fim de impedir a circulação inesperada das doenças infecciosas virais e informar prontamente a população .
No site da OMS (OMS), há uma secção específica dedicada às News sobre a doença, e outra parte específica dedicada ao controle sistemático da disseminação do sarampo. Com um pouco de surpresa (mas nem muita), descobri que a OMS não dá praticamente nenhum realce a esta suposta epidemia.
Também fornece os dados, que todos podem consultar livremente. [...] Os dados são muito claros: há, talvez, um modesto aumento dos casos desde o final de 2012 até hoje no Reino Unido, com nenhuma prova de epidemia. De fato, a OMS nada realça... Repetimos: não é que não repare nisso, simplesmente não realça o facto como realmente epidémico, considerando-o uma simples flutuação estatística.
Se entrarmos no site do Sistema Nacional de Saúde britânico [o NHS, ndt], somos recebidos por um frasco da vacina MMR e levados para duas secções principais: uma que fala da vacinação e da campanha lançada no passado 25 de Abril para vacinar, pelo menos, um milhão de crianças com idade entre 10 e 16 anos, e uma que tem o título de "Sarampo: os factos documentados", que se analisada por um médico ou um pesquisador provoca uma nuvem de dúvidas muito pesadas.
Na área dedicada aos "factos documentados" é possível ler dos riscos do sarampo e afirma-se que a única maneira de combater a doença é a vacinação (ninguém fala das defesas imunitárias autónomas) [...]. Não há um dado sobre a real extensão da epidemia e nenhuma tabela de comparação dos dados com os anos anteriores.
Esse tipo de informação não é dada para ajudar as pessoas a decidir, mas para empurrá-las a não procurar dados (completamente ausentes nessas páginas), e quando após o quarto click, passando para um link externo da Health Protection Agency que é chamado somente "Sarampo", finalmente tivermos um pdf com alguns dados acerca dos últimos três anos, vemos que a maior incidência de sarampo têm sido sempre entre Novembro e Março e que em Maio os casos (como está a acontecer agora, neste período) sempre foram diminuindo até quase a desaparecer.
A minha sensação é que hoje estas batalhas não são combatidas atrás do microscópio ou nos consultórios médicos, mas directamente em Wall Street ou na bolsa de valores em Zurique e peço para que todos considerem cuidadosamente as notícias obsessivas ao longo dos próximos meses, pois muitos sinais de negação na liberdade de escolha sanitária estão a surgir em todo o mundo e a primeira defesa decorre principalmente do facto de estarmos informados e do conhecimento.Nem mais.