A diferença entre indivíduos excepcionais e os ”trivialmente inteligentes”
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A diferença entre indivíduos excepcionais e os ”trivialmente inteligentes”



Tente debater com os ”trivialmente inteligentes”. Geralmente os resultados desta aventura imprudente serão dor de cabeça, ódio dentre outras reações indesejáveis. As razões são muito simples. Os trivialmente inteligentes que são em sua maioria de intelectualmente interessados, usarão o conhecimento superficial e parado (com focos de dengue) que já acumularam  para ‘refutar’ suas premissas e dificilmente conseguirão sair dos seus quadrados de segurança. Eles são assim mesmo, são bons para manter o sistema, mesmo se o sistema for uma porcaria, mas não são criativos, inovadores, com duas costelas de loucura, inteiramente empáticos, racionalmente reativos, enfim.  Não é apenas isso que separa os intelectualmente obsessivos dos intelectualmente interessados, visto que como ” a inteligência não é atomizada dos outros componentes que perfazem a mente humana”, então as diferenças entre os muitos tipos de pessoas estúpidas e de pessoas sábias, são muito maiores do que imaginamos. Não são apenas diferenças em testes de inteligência ou em testes de personalidade, mas em como o mundo é sentido e percebido.
As superexcitabilidades em superdotados, mas especialmente nos intelectualmente obsessivos, que são os mais inteligentes, produzem uma maneira muito mais ampliada de perceber e entender o mundo, em todos ou na maioria dos níveis e tipos de interação com o meio, como a espiritual, a emocional, a intrapessoal, a interpessoal, etc…
A fronteira entre a mediocridade e a grandeza virtuosa, que é a combinação entre intensa energia integrada orgânica de sensações e percepções e o estado de descanso ou euforia balanceada e inabalável, é o grau de percepção enérgica ou energia entre os dois, que pode ser notado em todos os níveis de interação (super excitabilidades de Dabrowski).
Os intelectualmente interessados, ao iniciarem um debate qualquer, imaginam-se em mais uma cena do cotidiano pós-moderno e tecnológico, especialmente, se este debate for feito em alguma comunidade dentro da ”web”. Suas sensações e percepções não são muito diferentes daquelas que são sentidas e percebidas pelas massas. Na verdade, podemos dizer que os intelectualmente interessados ou trivialmente inteligentes, fazem parte desta massa de energúmenos desprovidos de sabedoria. Como resultado, eles utilizarão suas ”piscinas paradas, cheias de ratos(sic!)”, para exporem ”suas” premissas sobre o assunto em pauta. Tal como as massas também o fazem, porém de maneira bem mais sofisticada. A partir do momento em que o equilíbrio de forças for quebrado, os intelectualmente interessados, em sua grande maioria, recuarão em suas individualmente respectivas capacidades de debater (manipular) seus pontos de vista, porque eles aprendem por ‘memorização literal’ ou ‘lavagem cerebral’ e tal como em um castelo de cartas entrincheirado, regredirão de um estado combativo porém (pseudo)racional de debatedor, para um estado atávico, de histéricos que só conseguem usar ad hominem para tentar salvar suas retaguardas e ao mesmo tempo atacar o seu adversário. Os milhões de micro-debates, seja pela internet ou na vida não-virtual, deixam de evoluir a partir do momento em que algum tipo de estúpido não consegue mais seguir o jogo de manipulação que os verdadeiros debates se caracterizam.
Trivialmente inteligentes ou intelectualmente interessados
Eu já discuti sobre as diferenças entre os intelectualmente interessados e os intelectualmente obsessivos. Esta divisão entre os tipos de inteligentes, é uma boa maneira para separar aqueles que tem grande capacidade de inovação em suas áreas de fixação e aqueles que fazem parte das ”massas mais intelectualmente sofisticadas”, o grande público de consumidores diretos dos ”produtos de gênio”. As diferenças entre estes dois grupos podem ser resumidas em uma única palavra, CRIAÇÃO. Os intelectualmente obsessivos não apenas se tornam especialistas nos assuntos de fixação como também, por conseguinte, se tornam potenciais criadores de novas maneiras de se pensar ou de se criar, sejam em qualquer nicho de produção. Em compensação, os intelectualmente interessados, raramente conseguem superar a barreira da acumulação sofisticada de conhecimento (enquanto que a maior parte das massas apresentam uma acumulação primitiva de conhecimento) e terminam por se tornarem ”mantenedores ou estabilizadores do sistema”.
A partir do momento em que estes dois tipos entram em um combate verbal, isto é, em um debate qualquer, os intelectualmente obsessivos tenderão a demonstrar
paixão,
obstinação e
extrema curiosidade para saber o que seu oponente tem a dizer ou a propor.
A paixão se dá porque os intelectualmente obsessivos adoram falar dos assuntos dos quais mais gostam de estudar (vivenciar). É parecido quando um amante fala com seu camarada sobre o seu amor proibido, a sua paixão, com brilho nos olhos, sangue borbulhante nas veias e vivacidade romântica. Fala de um ideal alcançado, de uma verdade encontrada.
A obstinação é o resultado natural da paixão, que precisa ser perseguida ou queimada até ressuscitar em uma nova Fênix. Infelizmente, muitos intelectualmente obsessivos não terão sabedoria para produzir um sistema de crenças racionais, lógicas, holísticas e ponderadas. E estes estarão entre os piores tipos de debatedores estúpidos porque eles ainda incorporarão muitos tiques de estupidez. Como dizem, quanto mais inteligente e estúpido, melhores serão as manipulações para provar a veracidade de seus pontos de vista. Muitas pessoas inteligentes são irracionais. Os intelectualmente obsessivos, superam os limites do aprendizado inicial, marcado pela memorização ou acumulação de conhecimento pré-estabelecido e deixam de ser os ”eternos alunos” ( muitos na faculdade não conseguem superar esta barreira) para se tornaram os próprios produtores. Mas é claro que como eu estou falando de abstrações, de categorizações, então será  evidente que muitos trivialmente inteligentes (um grande percentual de professores universitários) se localizarão na ”fronteira” entre os dois grupos e portanto, serão capazes de produzir, mesmo que geralmente, o façam de maneira pouco inovadora e em conformidade com o stablishment intelectual da academia a que estão subordinados.
A extrema curiosidade (ok, devo ter exagerado um pouquinho, a curiosidade, apenas) para saber o que o ”antagonista” do debate tem a dizer, para que possa retrucar com maestria, é outra tendência muito comum entre os intelectualmente obsessivos. Dentro deste grupo, nós podemos destacar os ”intelectualmente obstinados”, isto é, aqueles que não apenas se aprofundam em um determinado conhecimento, não apenas produzem novos ”produtos” oriundos deste aprofundamento, mas também buscam por valores transcendentais como a verdade. A busca pela verdade é a busca pela solução de todos os problemas, desde a raiz. A busca pela verdade é a busca pela harmonia, pela beleza e necessariamente não quer indicar simplicidade apenas, mas a simplicidade da complexidade. A procura pelos mecanismos essenciais que produzem a complexidade, a capacidade de ver a origem da complexidade, que é simples, e a complexidade por  si mesma.
A transcendência é o mundo da hiperrealidade ou o mundo da criação, que a maior parte das pessoas são incapazes de tocar. A auto-motivação intrínseca para superar limites, superar barreiras que nunca foram conquistadas.
No mundo da ”democracia” e de ”debates democráticos”, as pessoas comuns são impulsionadas a exporem e a confrontarem seus pontos de vistas com os seus oponentes. Se uma roda intelectual não terminar em um estéril consenso de coisa alguma, então caminhará para a histeria, especialmente das partes menos capazes. Os intelectualmente interessados são aqueles que mantém por mais tempo a histeria, provavelmente porque como apresentam egos inflados pelas circunstâncias burocráticas e superficiais de nossas sociedades hierárquicas e massificadas (que selecionam por critérios cognitivos resumidos como memorização pragmática, em busca de mantenedores técnicos, ou quantidade, mas não de uma grande e inconveniente proporção de solucionadores de problemas), lutam teimosamente contra fatos e percepções cirurgicamente apuradas daqueles que dedicam naturalmente uma boa parte de suas horas para o pensamento crítico e o aperfeiçoamento de seus conhecimentos de fixação. Os intelectualmente interessados são iludidos quanto a todos os mêmes pseudo-lógicos ou pseudo-racionais e o principal deles é sobre a certeza de veracidade quanto ao conhecimento incompleto e ideologicamente tendencioso (dogmático) a que foram doutrinados. Como eu já comentei antes, os verdadeiramente inteligentes são os autodidatas. O termo autodidata, neste blogue especificamente, se refere àqueles que apresentam motivação intrínseca para o aprendizado. Isto é, para o real aprendizado, que se baseia no auto-melhoramento.
Portanto, se em sua área de interesse ou de especialização, você não for capaz de aperfeiçoar ou de detectar erros de lógica ou harmonia (padrões lógicos), então não será sábio e não terá aprendido nada. O aprendizado real não é memorização pragmática de dados de uma determinada matéria de estudo. É a aplicação deste conhecimento como parâmetro de detecção de erro, o melhoramento da própria matriz do conhecimento adquirido e/ou a substituição desta por outras matrizes de conhecimento, mais eficientes na resolução de problemas. Isso é inteligência real, in loco, ao vivo, em ação e reação, e não apenas a memorização pragmática. As pessoas inteligentes existem para solucionar os problemas da sociedade, não importa em qual área e quanto mais cirúrgico, preciso e essencial forem estas correções, mais inteligente será. As universidades modernas são ocupadas por mantenedores técnicos e não por solucionadores de problemas, que estão em minoria. Isso explica o porquê da alienação das instituições de ensino superior com o mundo real, em cada nação ocidental, visto que os mantenedores raramente conseguem superar as suas limitações criativas e terminam se transformando nos maiores obstáculos da explosão criativa dos gênios. É por isso que eu gosto de dizer que, os ”inteligentes” são os maiores inimigos dos ”gênios”.
Portanto, a raiva costumeira que atingem aqueles que estão em uma dimensão de percepção e interação mais elevada tanto em qualidade quanto em quantidade, combinado com grande intelecto, é apenas uma reação completamente natural aos dementes que passam por seus caminhos. Quem não fica nervoso quando diz a verdade baseada em lógica de fatos e intuições certeiras, e mesmo assim, os zumbis tentam convencê-lo do contrário?????

http://santoculto.wordpress.com/




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