Como criar uma fraude eleitoral
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Como criar uma fraude eleitoral


A Abin e a Policia Federal precisam colocar seus técnicos para uma auditoria completa e um acompanhamento do sistema antes da apuração

 

Sérgio Thompson Flores (Divulgação/Pragmatismo Político)
Obs.: A análise a seguir foi escrita um dia antes da divulgação da capa antecipada da revista Veja
Luis Nassif, GGN
Nas eleições para presidente dos Estados Unidos, em 1877, William Smith, um dos principais acionistas da Western Telegraph – dona da primeira agência de notícias do país, a Associated Press – juntou-se com o The New York Times para eleger o candidato republicano Rutherford Hayes.
No final da campanha, os institutos de pesquisa davam vitória ao democrata Samuel Tiden por 200 mil votos. Com o controle que detinha sobre as informações e com acesso às pesquisas, o editor do NY Times identificou dúvidas dos democratas em relação aos votos de uma parte do sul do país.
Montou-se um gigantesco esquema de fraude que garantiu a vitória a Hayes.
Em 1982, a Globo montou um sistema nacional de apuração usando como software a Proconsult. O sistema tinha um algoritmo que subtraia votos do MDB e repassava para a Arena. A intenção era desmobilizar a fiscalização do MDB para permitir a fraude na hora da apuração.
No Rio, Leonel Brizola percebeu e botou a boca no trombone – na época, ainda existia o trombone do Jornal do Brasil. No Rio Grande do Sul, Pedro Simon acreditou e desmobilizou a fiscalização. Perdeu as eleições, com os votos em branco sendo preenchidos em favor da Arena.

A fraude na era eletrônica

Vamos supor que estivesse em curso, no Brasil, alguma tentativa de fraudar as eleições. Como seria?
Teria que se valer de um quadro eleitoralmente equilibrado. Temos.
Na véspera da eleição, teria que ocorrer algum fato novo que “explicasse” eventual reviravolta do candidato da oposição. Poderia ser a indicação de um Joaquim Barbosa para Ministro da Fazenda? Alguma denúncia nova, sobre a qual se fizesse enorme alarido? (Grifo: Coincidentemente [?], aconteceu com a reportagem de capa da revista Veja antecipada para ontem)
Depois, teria que ter o controle sobre pontos chave do sistema eletrônico. A volatilidade dos votos, nessas eleições encobriria eventuais golpes e as ondas captadas pelas pesquisas poderiam ser potencializadas nos lugares certos.
Obviamente estamos falando em tese, com uma visão nitidamente conspiratória.
Mas, digamos que em pontos chave dos desenvolvedores do sistema de votação existissem empresas no mínimo suspeitas, A matéria O histórico de favorecimento e irregularidades nas licitações das urnas eletrônicas sobre as licitações no TSE mostra um quadro bastante confuso.
Ficaria mais confuso se se levantassem os novos controladores dessas empresas.
Uma das líderes é a Módulo, empresa tradicional que trabalha no segmento de segurança desde os anos 90.
Recentemente, ela foi adquirida por Sérgio Thompson Flores. Quem é ele?
Funcionário público de carreira, nos anos 90, ele foi beneficiado pelo BNDES de Fernando Henrique Cardoso com consultoria na área de privatização. Ganhou dinheiro e sede de sangue.
Depois disso, meteu-se em várias embrulhadas sempre buscando a bala de prata, a grande jogada. Jamais se contentou com o trabalho normal de fazer crescer sua empresa.
Aliou-se a Luiz Fernando Levy, da Gazeta Mercantil, e tentou um golpe para assumir a empresa. Depois, meteu-se em rolos com Tanure, que adquiriu a Mercantil. Mais tarde, passou a prestar serviços a Daniel Dantas, do Opportunity, Na auditoria realizada na Brasil Telecom, depois que saiu das mãos de Dantas, Thompson Flores aparece em inúmeras reuniões com Humberto Braz, o executivo operacional junto à mídia.
Quando começou a febre do etanol, montou um fundo de investimento sediado em Londres, captou dinheiro de incautos para um projeto amalucado de comprar usinas antigas em regiões economicamente inviáveis. Quebrou.
Depois disso, adquiriu a Módulo. Qual sua intenção? Desenvolve-la sem balas de prata? Um empresário que passou a vida tentando a grande tacada tentando agora uma carreira convencional?
A segunda empresa-chave das apurações é um rolo interminável. É do mesmo grupo que controlava a empresa anterior, entrou em nome de parentes e, durante algum tempo, teve participação acionária de Wilson Nélio Brumer, atualmente caixa de campanha de Aécio Neves.
Pode ser coincidência, teoria conspiratória. Mas seria medida de prudência se a Abin e a Policia Federal colocassem seus técnicos para uma auditoria completa e um acompanhamento do sistema antes da apuração.

http://www.pragmatismopolitico.com.br




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