Quando ”o mais absurdo” é o mais provável de ser…
A maioria das pessoas ‘comuns’ são tolerantes para uma série de situações absurdas de nosso dia-a-dia. A normalidade, mais parece um modo de vida onde todas as cadeias diárias de erros primitivos são sumariamente desprezados. São muitos os exemplos:
- É normal vermos pessoas vivendo na rua e no lixo,
- É normal vermos ‘animais’ de rua, magros e maltratados pelo descaso,
- É normal vermos pessoas estúpidas ganhando uma enorme quantia de dinheiro enquanto que o honesto e trabalhador que sustenta as nações, ganhe uma miséria,
- É normal darmos enorme consideração para cédulas de dinheiro do que para a vida, aliás, ”adoramos” papéis como representação da realidade, como os diplomas por exemplo,
- É normal julgarmos as pessoas pela aparência, mas não pela essência,
- É normal defendermos uma classe parasita e a venerarmos tal como se fossem deuses,
- É normal desprezarmos as injustiças, mesmo quando elas acontecem bem debaixo de nossos narizes,
- É normal usarmos a palavra DEUS como desculpa para toda a cadeia de conflitos evitáveis que a humanidade produz,
- É normal confundirmos subjetividade como objetividade e vice-versa,
- É normal aceitarmos que as interações interpessoais humanas mais pareçam com isso…
O EMOCIONALMENTE ”INSTÁVEL” TEM RAZÃO DE ESTAR ASSIM???
Algumas pessoas são fanáticas por futebol, outras são fanáticas por música. A vida humana pode ser resumida como a repetição constante de vícios e virtudes. Os vícios são a manifestação de nosso ego, as virtudes são a manifestação de nossa alma.
Existe um grupo de pessoas que não se conectam obsessivamente por nenhum destes apetrechos culturais desenvolvidas pela mente humana para distração, porque são ”buscadores por transcendências existencialistas” como a ”perfeição”.
Então nós temos os ”buscadores por sensações”, os ”buscadores da verdade” e também temos os ”buscadores da perfeição”. Os 3 grupos de obsessivos (todos nós somos algum tipo de obsessivo) que determinam suas transcendências pessoais por meio da ênfase por abstrações holísticas e concretas (no caso das sensações), que são aqueles com uma mente existencialista, ou seja, que estão em busca de um sentido maior da vida.
O emocionalmente instável tenderá a ser altamente intolerante com erros e isso é muito bom. Imagine se vivêssemos em uma sociedade onde as pessoas fossem alérgicas a erros, a quantidade de problemas seria dramaticamente reduzido.
A inteligência, tal como fomos habituados a reconhecer, não se relaciona assim tão consideravelmente com instabilidade emocional, ainda que seja muito comum que este fenótipo comportamental seja encontrado em gênios.
Os mais inteligentes, mediante critérios termanianos ou qi, tendem a ser altamente tolerantes para com toda a cadeia de conflitos evitáveis ou problemas que cotidianamente, desgraçam a existência humana. Além da completa falta de sabedoria, é como que se este tipo se utilizasse de várias desculpas geneticamente programadas para evitar se aprofundar dentro da panaceia da mente humana.
A instabilidade emocional tende a se relacionar com graus de adaptabilidade ao contexto de circunstâncias e eventos. Os mais adaptados, tendem a desprezar a enorme quantidade de erros evitáveis que a superestimada ”humanidade” produz a nível diário.
Se você é um perfeccionista, mas o meio social onde está inserido não é, então existe uma grande chance de atrito entre a sua cultura neurológica, que é uma buscadora pela perfeição, e a cultura coletiva predominante, que abarca a sua existência, onde você está contido e te pressiona para que se adapte (ignore a imperfeição).
O perfeccionismo pela interação interpessoal é um traço muito comum entre as manifestações contextualmente minoritárias de ”neurodiversos” como os autistas. A presença de uma reatividade emocional dentro deste grupo não tem como causa fundamental a sua biologia, mas especialmente a sua interação com o meio, partindo-se de uma perspectiva interior, ou do próprio indivíduo centralizado.
Portanto, mediante a perspectiva do indivíduo emocionalmente instável ou reativo, não existem razões para desenvolver um estado anafilático de alegria e positividade, se o mundo em que estão inseridos, é caracterizado principalmente pela desarmonia das múltiplas interações.
O ”neurodiverso” tende a vivenciar muito mais profundamente o ambiente do que o ”neurocomum”. Se o ambiente está salpicado de erros ou desarmonias, ele sentirá organicamente esta realidade e se expressará por meio da negatividade. O neurodiverso, tenderá a replicar a realidade em seu próprio comportamento, se ele sente muito mais profundamente o ambiente em si.
Portanto, quando vemos a revolta não-fisiológica de uma pessoa autista, isto é, que não é o resultado de qualquer desordem do sistema nervoso per si, estamos basicamente assistindo também a desarmonia do ambiente. É como se, metaforicamente falando, o indivíduo incorporasse o ”ser” ”ambiente” dentro de si e replicasse o seu grito por meio da reatividade emotiva.
PERFECCIONISMO, SUICÍDIO E IRRITABILIDADE
Vamos imaginar que você está em uma situação limite, em que falta água, comida, um animal selvagem com o dobro do seu tamanho está a espreita para te atacar e está perdido em uma floresta muito densa. Para complicar, está anoitecendo. Em uma situação como essas, não há como qualquer indivíduo são, não se tornar irritadiço.
Para a maioria de nós, esta é a situação limite por excelência. Mas para algumas pessoas, o limite da tolerância é muito mais baixo. E eu vos diga mais,
ELAS ESTÃO CERTAS.
Tal como eu tenho mostrado de diferentes maneiras aqui no blogue, seja por meio da poesia (Rosas Raras), seja por intermédio dos textos, tal como a definição do perfil psicológico-cognitivo dos ”solucionadores de problemas”, algumas pessoas são mais sensíveis, sensitivas ao ambiente e podem capturar com maior rapidez e eficiência, a ”imagem maior” e portanto, as raízes mais profundas de todos os problemas. É por isso que são solucionadores natos de problemas, visto que não estão preocupados em solucionar a superfície de um sistema, mas o ponto fundamental, o esqueleto do sistema, que o sustenta.
EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO
O caminho para harmonização objetiva das relações humanas, pelo que parece, só se dará quando aqueles que são fortemente intolerantes em relação aos conflitos evitáveis (quase todo conflito humano é evitável, em condições perfeitas de racionalidade e ponderação) substituírem demograficamente a maior parte da população humana, que é predominantemente inconsciente ou mesmo conivente com a maior parte dos problemas que produzem e que interagem abarcando obviamente este macrocosmo transcendental que a espécie dominante e beligerante deste planeta produziu, levando consigo uma grande quantidade de espécies não-humanas, seja para o geno-cídio alimentício, seja para a escravização direta ou indireta (domesticação).
Nem todo emocionalmente instável terá este potencial para captura de problemas e externalização deste sentimento por meio da reatividade emotiva. Em muitos casos, a biologia terá um papel mais importante para determinar este tipo de comportamento. No entanto, os emocionalmente ”instáveis” que desenvolvem esta reatividade sensitiva negativa (especialmente) por causa de sua interação biológica ou genética com o ambiente, ”incorporando” a desarmonia predominante deste para si mesmo, apresentam um enorme potencial para a harmonização das relações humanas, aqueles que eu também denominei como ”savants sociais”.
Mesmo que (e de fato é), a causa para a sensibilidade emocional seja predominantemente biológica, isto não quer dizer que não seja produzida também ou especialmente pelo ambiente. O determinismo biológico, enquanto hierarquicamente mais importante para explicar um determinado comportamento, não se sobrepõe completamente em como esta dinâmica interativa irá se dar, muito menos na importância da intuição do sensitivo, especialmente dos tipos mais geniais e de sua confiabilidade para explicar os problemas transcendentais humanos.
A maioria dos ”normais”, usam seus cérebros filtradores e ”racionais” para explicar uma situação como essa. A revolta e a intolerância são indispensáveis para a evolução comportamental humana, assim como também a ponderação e sabedoria.
Revolta para o mal objetivo, sabedoria para o bem objetivo.
A objetividade ponderada é a verdadeira beleza da sabedoria e muitos intuitivos sensitivos sabem disso.
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