Surda-muda, moradora de Nova Iguaçu fica com nome sujo por uma conta de mais de mil reais da Claro
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Surda-muda, moradora de Nova Iguaçu fica com nome sujo por uma conta de mais de mil reais da Claro



NOVA IGUAÇU - Há um mês, Selma Regina de Queiroz, de 53 anos, tentou fazer o cartão de um supermercado em Nova Iguaçu e levou um susto: seu pedido foi reprovado. A assistente de produção fez uma consulta no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e descobriu uma dívida de R$ 1.372 com a Claro em seu nome. Só que ela é surda-muda desde os 5 anos e nunca teve uma linha de telefone celular.

Para aumentar o absurdo da situação, o endereço da assinatura está cadastrado na operadora de telefonia como Avenida Dedo de Deus, Vila Formosa, São Paulo. Selma Regina garante que nunca pisou na Terra da Garoa. Preocupada, acionou a empresa na Justiça.

— É importante limpar o nome dela logo, assim que for possível. Do jeito que está, ela não consegue comprar nada. O mais estranho é que o débito é de agosto de 2012 e ninguém cobrou até agora — diz o pai dela, João de Queiroz, de 78.

Ele acompanha a filha desde que o marido de Selma Regina morreu, no mês passado. Segundo o pai, ela teve meningite aos 5 anos e a doença foi responsável por deixá-la sem fala e sem audição. Hoje Selma Regina tem uma filha e três netos, é assistente de produção em uma fábrica de caixas de papelão e mora na Vila Operária.

Segundo o advogado, caso é comum

O advogado João de Barros diz que 70% dos casos que recebe em seu escritório, em Nova Iguaçu, são de inclusão indevida no SPC por empresas, como o de Selma Regina.

— É comum porque, em geral, os juízes dão uma penalidade baixa. A inclusão indevida acontece em dois casos: a pessoa perde o documento e outra usa ilegalmente ou acontece uma fraude dentro da própria empresa — afirma o advogado.

A Claro informou que não fala sobre casos que sejam alvos de processos em andamento na Justiça.

Entre outras dificuldades, a auxiliar de produção lamenta não ter realizado o sonho de ter um computador.

— Também não vai ser fácil comprar presentes de Natal para as netas. Ela não tem culpa, entrou no meio do furacão. Esperamos justiça — diz o pai.

Via Jornal Extra




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