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Com a proximidade da grande final, a tensão só aumenta no Brasil 2014. A pressão sofrida pelas seleções ainda na disputa ficou evidente no último dia de quartas de final, com dois jogos que tiveram mais transpiração que inspiração. Em tais circunstâncias, a capacidade de conquistar a vaga é o que separa os vencedores de quem vai para casa. Assim como a Alemanha e o Brasil haviam demonstrado a força e a perseverança necessárias para segurar a França e Colômbia, a Argentina e a Holanda mantiveram o sangue frio para superar os seus adversários.
Nem a Bélgica nem a Costa Rica facilitaram as coisas, mas mesmo assim a Argentina garantiu o seu lugar nas semifinais pela primeira vez desde 1990, e a Holanda segue com sua ótima campanha na Copa. Não podemos nos esquecer também de que a sorte favoreceu os corajosos nesses últimos duelos das quartas de final. O esforço no ataque foi premiado com a vitória, e Louis van Gaal foi recompensado pela mais ousada das substituições.
Resultados Argentina 1 x 0 Bélgica. Craque do Jogo Budweiser: Gonzalo Higuaín (ARG)
Holanda 0 x 0 Costa Rica (0 x 0 na prorrogação, 4 x 3 nos pênaltis). Craque do Jogo Budweiser: Keylor Navas (CRC)

Para ficar na história Uma lição de eficiência A Argentina conquistou a quinta vitória consecutiva no Brasil 2014, igualando a sua melhor campanha na história dos Mundiais. Enquanto a sequência atual é igual à do selecionado campeão do mundo de 1986, o progresso vem sendo bastante econômico e nada extraordinário. Todas as cinco vitórias ocorreram com apenas um gol de vantagem. E embora Lionel Messi tenha tido lampejos brilhantes, é sem dúvida a defesa (apontada como um ponto fraco antes do início do torneio) que mais tem colaborado até agora. Os argentinos não tomaram gol em três das cinco partidas disputadas. Nenhum outro selecionado no torneio fez melhor.
Higuaín se une aos ídolos e surpreende Sabella Gonzalo Higuaín entrou para o jogo de hoje sob críticas, visto que não tinha conseguido balançar as redes nas suas cinco partidas anteriores na Copa do Mundo. O foco nesse jejum, entretanto, fez com que muitos se esquecessem de levar em conta que o centroavante da Argentina havia marcado quatro gols nos seus três primeiros jogos em 2010. Consequentemente, o belo gol de primeira no início do jogo levou Higuaín a cinco tentos na história da Copa do Mundo, o mesmo número de Lionel Messi. Eles estão logo atrás dos ídolos Mario Kempes (com seis gols), Maradona e Guillermo Stabile (ambos com oito) e Gabriel Batistuta (dez) na lista de maiores artilheiros argentinos de todos os tempos. O astro do Napoli parecia destinado a subir mais um degrau no segundo tempo, mas a excelente jogada individual culminou em um chute que acertou o travessão. O lance foi tão dramático que quase provocou uma queda digna de um filme de comédia do treinador Alejandro Sabella no banco de reservas.
Aposta vitoriosa em Krul Até hoje, o goleiro titular da Holanda, Jasper Cillesen, encarou 16 pênaltis — todos convertidos. A Costa Rica, por sua vez, tinha balançado as redes em todas as cinco cobranças em uma série impecável de pênaltis contra a Grécia. Louis van Gaal analisou as probabilidades, não gostou do que previu e, no último minuto da prorrogação, mandou a campo o especialista em pênaltis Tim Krul. Foi a primeira vez na história da Copa do Mundo em que um goleiro entrou com a finalidade de enfrentar uma decisão nos pênaltis. A mudança valeu a pena: o arqueiro do Newcastle United fez duas defesas brilhantes em cobranças de Bryan Ruiz e Michael Umaña. Antes, a Holanda sobrevivera a uma prorrogação pela primeira vez em cinco confrontos. A vitória da seleção de Van Gaal também encerrou uma sequência de nove jogos em que quem batia primeiro ganhava nos pênaltis.
Sneijder inspirado por Robben Wesley Sneijder estabeleceu um novo recorde nacional hoje, com a sua 16ª participação na Copa do Mundo. Durante a partida, ele acertou o travessão duas vezes, algo que não acontecia desde Frank Lampard contra a Alemanha em 2010. Parecia que a sorte tinha abandonado o jogador e a seleção holandesa. Sneijder, porém, manteve a calma para cobrar um pênalti perfeito. Outro que bateu bem foi o incansável Arjen Robben, que já tinha feito um discurso apaixonado para os companheiros antes da prorrogação.
O número 
— Os chutes na direção do gol no jogo entre Argentina e Bélgica: dois dos argentinos, um dos belgas. Esta foi a pior marca em qualquer jogo de mata-mata da Copa do Mundo da FIFA desde a final da Itália 1990. 

O que vem por aí? Brasil x Alemanha, 8 de julho, 17h, Estádio Mineirão, Belo Horizonte 
Argentina x Holanda, 9 de julho, 17h, Arena de São Paulo, São Paulo